EDITORIAL | Para derrotar Bolsonaro, vote Lula 13! | Combate Socialista n°160
Estamos em meio ao segundo turno da eleição. Cada voto contra Bolsonaro é importante. O país vive uma crise profunda com avanço da fome, do arrocho salarial, pessoas em situação de rua e o retorno de doenças antes erradicadas. O governo da extrema direita, formado pela cúpula militar, banqueiros, agronegócio e empresários, não serve para a classe trabalhadora e a juventude.
Pense bem no seu voto
Você, trabalhador, trabalhadora ou jovem, que no primeiro turno não se viu representando pelas maiores candidaturas, precisa pensar sobre esta nova eleição. Nada está definido e temos de refletir. O atual governo prometeu melhorar a vida do povo trabalhador com “menos direitos”, privatizações e fim da corrupção, mas hoje estamos na pior: contas que sempre aumentam, colegas que ficaram sem trabalho, condução superlotada, postos de saúde sem médicos. Enquanto isso, os bilionários aumentaram e os familiares do presidente, os empresários amigos do Ministro Paulo Gudes e os latifundiários vivem na mordomia.
Bolsonaro é corrupto
No atual governo, como em todos os anteriores, tem corrupção para todo lado: os cheques da primeira-dama, mansões de luxo compradas com dinheiro vivo (quem tem dinheiro em espécie pra comprar uma mansão?), os esquemas do Queiroz no mandato do filho do presidente, as barras de ouro no MEC e rios de dinheiro no “orçamento secreto”. Esse dinheiro foi usado nas campanhas dos bolsonaristas e levaram muitos desses políticos para a Câmara dos Deputados e ao Senado.
Bolsonaro mente
Bolsonaro mente quando fala de “auxílio Brasil” e “empregos”. São promessas eleitoreiras. Não há previsão do “auxílio” de 600 reais no ano que vem. O que há são cortes e mais cortes nas verbas das áreas sociais, como os recursos da Farmácia Popular, combate ao câncer de mama, etc. Neste momento não está garantida a verba das universidades. Isso não pode continuar. A UNE convocou mobilização para o dia 18/10 contra os cortes de verbas, que precisa ser construída pelos DCEs com assembleias em cada curso. Vamos enfrentar nas ruas o ajuste fiscal bolsonarista e novos ataques, como a reforma administrativa que desmonta o serviço público. Acreditamos que é a organização e a luta que pode barrar esses ataques e mudar de verdade as nossas vidas. Exigimos que a CUT, CTB, Confederações e Federações se somem aos estudantes num forte protesto.
Contra Bolsonaro, vamos votar criticamente em Lula 13
Você, com quem conversamos nesse primeiro turno, sabe que não somos lulistas e que criticamos a frente ampla. Combatemos Bolsonaro e os patrões, apresentando um programa operário e popular. Defendemos tirar dinheiro dos bilionários, multinacionais e grandes empresas para investir nos postos de saúde, nas escolas, em aumento de salário e emprego. Lula tem como vice Geraldo Alckmin e está coligado a inúmeros empresários. Não defende a taxação das grandes fortunas, não enfrenta as multinacionais e não fala de revogar as reformas que retiram nossos direitos, como da previdência e trabalhista. Por isso, no primeiro turno, estivemos com Vera Lúcia e o Polo Socialista Revolucionário para governadores, senadores e deputadas e deputados. Agora, no segundo turno, vamos votar em Lula 13 para tirar da presidência o bolsonarismo e seguir lutando pelas nossas reivindicações. Neste momento, nas reuniões dos sindicatos, movimentos sociais e do PSOL, estamos propondo organizar um “Vira Voto” com as pautas operárias e populares, com campanha de rua de forma militante. Não abandonamos nossa visão. Agora mesmo, criticamos a frente ampla por não se jogar a fundo na construção do ato da UNE e no combate à reforma administrativa, por ter criado a falsa ilusão de que a eleição estava “ganha”. Discordamos de sua proposta abstrata de “ser feliz de novo”, como se bastasse a “volta de Lula” para tudo ser resolvido. As alianças com empresários e partidos de direita são um grave problema da frente ampla de Lula/Alckmin.
Votar contra Bolsonaro
Neste segundo turno há dois candidatos e nós estaremos na trincheira dos que querem derrotar eleitoralmente Bolsonaro. Assim como você, que não votou na frente ampla no primeiro turno, nós também temos críticas a Lula e ao PT. Nós pedimos o voto dos trabalhadores e jovens para Lula 13 com total independência, sem apoiar o projeto da frente ampla, porque Bolsonaro precisa ser derrotado nas urnas no próximo dia 30. Votaremos contra a extrema direita, que protagonizou o genocídio da Covid-19 e é responsável pela crise que vivemos. Pedimos o seu voto contra a fome, o arrocho, o desemprego e os cortes de verbas. Propomos seguir lutando conosco pelas seguintes propostas:
1- Pelo não pagamento da dívida aos banqueiros! Pela taxação dos bilionários e dos lucros das multinacionais! Estatizar as empresas privatizadas, sob controle da classe trabalhadora!
2- Pela revogação das reformas da previdência e trabalhista e do teto de gastos! Por direitos trabalhistas para todos os trabalhadores de aplicativos!
3- Pela reposição automática das perdas salariais! Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários!
4- Educação sexual para decidir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer! Pelo fim da cultura do estupro e prisão para estupradores!
5- Basta de genocídio contra o povo preto e pobre nas favelas e periferias! Desmantelamento do aparelho repressivo! Pela legalização das drogas!
6- Por emprego e renda para LGBTQIA+! Cota para pessoas trans em concursos e universidades! Respeito à utilização do nome social!
7- Emergência climática já! Expropriar as multinacionais poluidoras! Contra o marco temporal, demarcação das terras indígenas já! Pela reforma agrária controlada pelos trabalhadores!
Vem com a CST
A CST convida você a ser parte dessa batalha eleitoral no segundo turno, participar de nossas reuniões e divulgar o nosso jornal com seus colegas de trabalho, estudo e moradia. Afirmamos que, enquanto formos governados pelos patrões que nos exploram e pelos partidos que representam os patrões e a direita, não conseguiremos resolver os problemas sociais. Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, para aplicar medidas urgentes contra a fome, o arrocho e o desemprego, rompendo com o capitalismo e a exploração imperialista, rumo à construção de um Brasil socialista.