Argentina: Triunfo dos trabalhadores do SUTNA!
Os borracheiros (trabalhadores das fábricas de pneus) acabam de conquistar uma importante vitória nas reuniões paritárias. Conseguiram-no à custa de 5 meses de greves, mobilizações, assembleias e bloqueios em frente ao Ministério do Trabalho, com a liderança combativa do SUTNA (Sindicato Único dos Trabalhadores de Pneus Argentinos). Uma conquista que revigora todo o movimento operário e o sindicalismo combativo, que lutam por salários e defendem os direitos dos trabalhadores. Saudamos os borracheiros por terem conseguido este grande avanço contra os patrões exploradores, que contaram com o apoio do governo da Frente de Todos e do Ministério do Trabalho e com a cumplicidade da CGT (Confederação Geral do Trabalho), que nada fez para apoiar esta grande greve. O objetivo dos patrões era atacar a organização operária, seus delegados e sua liderança classista.
Foram conquistados 66% para 2021/2022 (acima da inflação), 63% para 2023 (os patrões queriam dar 38%) e uma cláusula de gatilho em que, se a inflação superara tais percentuais, terá de haver uma equiparação salarial correspondente. Além disso, foram obtidos dois bônus, de 100.000 em setembro e de 34.860 em dezembro deste ano.
Estas conquistas foram alcançadas tendo que derrotar todas as mentiras, as manobras e a campanha suja dos patrões, dizendo que os trabalhadores “ganhavam 400.000 pesos”; do governo que, por meio de Sergio Massa, ameaçou abrir as exportações, ficando ao lado dos patrões, assim como o Ministério do Trabalho; e até mesmo da extrema direita de Espert, que pediu para meter bala nos líderes do SUTNA, ou de Patricia Bullrich, que defendeu a repressão e a cassação do registro legal do sindicato.
Os borracheiros, com o seu sindicato combativo na linha da frente, conseguiram esta grande vitória com a solidariedade e a simpatia de grande parte dos trabalhadores do país, do resto do sindicalismo combativo – entre outros, dos ferroviários de Sarmiento e de “Pollo” Sobrero –, de toda a esquerda e da Unidade Piqueteira.
Essa conquista fortalece as lutas em curso em várias províncias dos professores; dos médicos e residentes; dos funcionários públicos e estudantes. Após o triunfo do SUTNA, devemos continuar a exigir que a CGT e a CTA (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina) rompam o pacto com os patrões e o governo e convoquem uma greve geral e um plano de luta por um aumento salarial imediato, que equipare o salário ao preço de uma cesta básica familiar, indexada semanalmente, e contra o ajuste do governo e do FMI. Como dissemos: se o SUTNA vencer, todos nós venceremos… e foi isso que aconteceu! Viva o triunfo exemplar dos borracheiros do SUTNA!
Izquierda Socialista (Esquerda Socialista) em FIT-Unidad (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade)
30/09/22