Irã: rebelião das mulheres contra o assassinato de Masha Amini

 

por Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional

 

A morte da jovem Masha Amini gerou uma onda de protestos no Irã. Amini aparece em imagens de câmeras de segurança colapsando em um centro de “reeducação”, onde foi presa pela polícia da moralidade do Irã para receber “orientação” sobre sua vestimenta. Essa polícia faz parte das forças da ordem do país e tem a tarefa de fazer com que sejam cumpridas à risca as normas patriarcais da República Islâmica do Irã, incluindo seu código de vestimenta que obriga as mulheres e utilizar véu ou hijabe em público.

Depois da morte da jovem, centenas de milhares de mulheres em todo o país cortaram o cabelo e tiraram e queimaram seus hijabes nas praças. Também surgiram milhares de vídeos de protestos populares em dezenas de cidades, desde a capital Teerã até bastiões mais tradicionalmente conservadores, como Meshed. Masha Amini, de 22 anos, é de origem curda. Em pelo menos 12 cidades da província do Curdistão iraniano o comércio fechou depois que as organizações curdas de oposição ao regime convocaram uma greve.

As imagens que chegam do leste do país mostram algumas manifestantes bradando: “Mulheres, vida, liberdade”. Pode-se ver como enfrentam com valentia a brutal repressão e como tiram os véus da cabeça para queimá-los. Também foram vistas imagens de mulheres que valentemente gritam “morte ao ditador”, posicionando-se contra o governo e o líder supremo aiatolá Ali Khamenei. Diante disso, o governo cortou o acesso a internet, WhatsApp e Instagram.

Nós, Mulheres da UIT-QI, solidarizamo-nos com os valentes protestos das mulheres, que, nesse país, seguem sendo violentamente oprimidas pelo governo capitalista e autoritário do presidente Ebrahim Raisi e pelas forças policiais pelo simples fato de não utilizar “corretamente” um véu. Da mesma forma, repudiamos a polícia iraniana, que está reprimindo brutalmente os protestos e as mobilizações populares, contabilizando centenas de detenções de manifestantes e pelo menos quatro mortes (segundo a organização Hengaw para Direitos Humanos). Colocamo-nos à disposição e convocamos as organizações feministas, políticas e de Direitos Humanos dos países a repudiar esses gravíssimos acontecimentos e realizar ações unitárias em solidariedade com as mulheres e o povo iranianos.

 

Mulheres da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

21 de setembro de 2022

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *