Venezuela: grande dia de protesto do setor educacional em todo o país

Venezuela: grande dia de protesto do setor educacional em todo o país

Por Imprensa C-cura

Na última quinta-feira 04/08, foi realizado um grande dia de protestos na maioria dos estados do país. Milhares de professores e trabalhadores universitários, bem como de outros setores da administração pública, se mobilizaram nas principais cidades da Venezuela. O protesto foi contra as desastrosas instruções da Onapre (Oficina Nacional de Orçamento), o braço executor da politica anti-operária do governo Maduro.

O pagamento incompleto do abono de férias aos professores e o recente anúncio de que este será pago aos trabalhadores do setor da educação de forma parcelada gerou uma rejeição geral. Os trabalhadores do setor público, além de receberem salários de fome, agora não podem receber o abono de férias integral.

A mobilização nacional surgiu originalmente dos professores de base em Caracas, em uma assembleia/concentração realizada em 27 de julho e foi assumida também pela Coordenadora de Pensionistas e Aposentados da Venezuela, pelo sindicato universitário, pela Escola de Enfermagem da Capital e somando também o Espaço Sindical Unitário, do qual participa nossa Corrente Sindical. Posteriormente, outras organizações aderiram à convocação.

Mais de 2.000 pessoas em Caracas

Na capital ocorreu a maior marcha dos últimos 3 anos. Estima-se que entre 2.000 e 3.000 pessoas lotaram quase quatro quarteirões da Avenida Urdaneta. Com faixas das organizações participantes, o rio combativo de manifestantes gritava slogans como “Maduro é o Onapre”; “Onapre ladrão, você nos roubou sem armas” e “somos professores, não somos criminosos”, dentre outros.

Quando a mobilização chegou ao Ministério da Educação Universitária, um forte esquema policial e a Guarda Nacional já estavam lá. A grande mobilização se aproximou do batalhão policial, que foi reforçado por mais tropas para impedir que a marcha continuasse em direção à Assembleia Nacional. Porém esse não era o objetivo dos manifestantes. No local,  os dirigentes se manifestaram e Eduardo Sánchez, presidente da Fetraesuv e do SinatraUCV,  lembrou que o objetivo da mobilização era chegar ao Ministério da Educação. A marcha terminou sem incidentes e moralizou o movimento operário, que agora se prepara para dar continuidade à luta unida contra o ajuste do governo.

Há uma lição a ser aprendida com este protesto nacional: a necessidade de unificar as lutas em todo o país. O governo e seu plano de ajuste não serão derrotados se as lutas continuarem fragmentadas. É preciso unir todos aqueles que lutam em nível nacional em um único movimento. Será com a força da unidade e da mobilização que o braço do governo se dobrará.

 

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