Enfrentar Bolsonaro e os patrões para construir um programa operário e popular

 

Adriano Dias. Coordenação CST

Diego Vitello, Pré-candidato a deputado estadual CST-PSOL

 

A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes é responsável pela fome e pela piora no nível de vida da classe trabalhadora. Ao “dolarizarem” a cotação do preço do petróleo, elevaram, também, o preço da gasolina, diesel e do conjunto dos alimentos. Deixar o preço do petróleo refém do mercado internacional tem servido, fundamentalmente, para enriquecer meia dúzia de capitalistas estrangeiros e bilionários nacionais, que lucram com a fome do povo brasileiro. Junto a isso, seguem pagando a dívida pública, que é o pano de fundo da transferência do dinheiro dos trabalhadores e setores mais pobres da população para um punhado de bilionários, que vivem como reis no Brasil de Bolsonaro.

Em meio à crise, é necessário discutir um plano econômico alternativo, operário e popular, que imponha o não pagamento da dívida e taxe os bilionários e multinacionais, colocando as riquezas do país a serviço da classe trabalhadora. Para isso, precisamos enfrentar toda a política econômica bolsonarista e dos governadores e prefeitos, que leva a essa desigualdade na qual vivemos.

 

A frente ampla de Lula e Alckmin não enfrenta a política econômica de Bolsonaro

 

Infelizmente, as DIRETRIZES PARA O PROGRAMA DE RECONSTRUÇÃO DO BRASIL, apresentadas pela frente ampla “Vamos juntos pelo Brasil”, formada por PT, PSB, PCdoB, PV, PSOL, REDE e SOLIDARIEDADE, não respondem aos problemas concretos da classe trabalhadora, das juventudes e setores populares. Nelas não se combate, por exemplo, o pagamento da dívida externa e interna aos banqueiros e ao sistema financeiro. Também não se propõe a taxar os bilionários e as multinacionais. A frente ampla de colaboração com nossos inimigos de classe abandona o enfrentamento aos capitalistas internacionais e nacionais que nos exploram e oprimem. Porém, em meio à crise econômica, é preciso ter lado: ou taxamos os bilionários e deixamos de pagar a dívida pública aos banqueiros, ou seguimos transferindo grande parte da riqueza nacional para esses senhores, enquanto o povo amarga a fome, desemprego e perda do poder de compra dos salários.

 

Os governos de Lula e Dilma mantiveram o pagamento da dívida e não taxaram os mais ricos

 

No período entre 2003 e 2015, durante os seus governos, foram pagos quase R$ 9 trilhões de juros e amortização. Além disso, os multimilionários não tiveram seus ganhos taxados pelo governo. Pelo contrário, em um discurso em 2010, Lula assumiu que “os banqueiros nunca ganharam tanto como no meu governo”.

Não temos dúvidas de que a dívida pública é parte dos problemas nacionais. A política de fome de Bolsonaro, o arrocho salarial, desemprego, têm como pano de fundo o pagamento da dívida pública. Se seguirmos pagando a dívida, como propõe Bolsonaro, mas também Alckmin e Lula, não será possível reverter a situação pela qual o país está passando.

 

Por que a dívida é o grande problema?

 

Vivemos em um país muito desigual. Os mecanismos montados pelos governos para privilegiar banqueiros e especuladores mantêm o país na dependência destes. O principal mecanismo para manter esses privilégios é o pagamento da dívida pública. Seguir o seu pagamento significa a manutenção do saque das nossas riquezas, pois é muito o alto dinheiro que pagamos aos grandes capitalistas estrangeiros e brasileiros.

Somente em 2021, metade do orçamento federal foi para juros e amortização da dívida, enquanto para áreas essenciais foram destinados 4,18% para saúde, 2,4% para educação e 4,1% para assistência social. Ou seja, Bolsonaro destina do orçamento do país doze vezes mais para a dívida do que para a saúde. Vinte vezes mais para a dívida do que para a educação. É um roubo institucionalizado. Somente com o não pagamento da dívida, poderíamos investir maciçamente nesses setores fundamentais. Mas isso é totalmente secundarizado, justamente porque o central da política econômica é o privilégio dado aos banqueiros, detentores da ampla maioria dos títulos da dívida.

 

Pelo não pagamento da dívida

 

O não pagamento é parte de um programa alternativo que enfrenta os ricos e bilionários. É por isso que a pré-candidatura à presidência da companheira Vera Lúcia, as pré-candidaturas aos governos, Senado e deputadas/os do Polo Socialista e Revolucionário propõe não o pagamento da dívida para investir a riqueza do país em geração de empregos, construção de moradias, hospitais, escolas, entre outras áreas que de fato beneficiem a maioria da população, rumo a um Brasil Socialista. Medidas que se complementam com as demais propostas programáticas do Polo, como a expropriação dos bancos e junção de todos eles num único banco nacional, sob controle dos trabalhadores! Pelo monopólio estatal do comércio exterior! Cancelamento das dívidas bancárias dos trabalhadores pobres e dos pequenos proprietários comerciantes e camponeses! Por um plano de obras públicas controlado pelos trabalhadores! Saúde, educação e transporte públicos, 100% estatal, sob controle dos trabalhadores!

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