Um programa operário e popular para tirar o Brasil da crise: Medidas urgentes contra o arrocho, a fome e o desemprego!

 

A política econômica de Bolsonaro só beneficia os ricaços capitalistas, nacionais e estrangeiros. Enquanto isso, cresce o desemprego, a fome, a miséria, o arrocho e a violência. A frente ampla Lula/Alckmin, em colaboração com empresários, secundariza ou nega pautas da classe trabalhadora. Neste ano eleitoral debater-se-ão várias propostas e nós, da CST, queremos construir um Programa Alternativo Operário e Popular, com medidas urgentes contra o arrocho, a fome, o desemprego e o autoritarismo.

1- Por reajuste salarial e em defesa do emprego

Apoiamos as lutas contra as perdas salariais e direitos. Por reajuste salarial já e reposição automática das perdas da inflação. Salário igual e trabalho igual para mulheres, para o povo negro e LGBTQIA+. Em defesa das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, que tenham os mesmos direitos dos efetivos. Por aumento imediato do salário mínimo. Redução dos preços dos alimentos e tarifas. Garantir que trabalhadores e trabalhadoras de aplicativos e precarizados tenham todos os direitos trabalhistas. Fim das demissões. Redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

2- Pela revogação das contrarreformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos

Defendemos a revogação de todas as reformas aplicadas nos últimos anos. A reforma da previdência, trabalhista, a lei das terceirizações, a lei de responsabilidade fiscal e o “teto de gastos” são medidas para atacar direitos históricos e diminuir os investimentos em áreas sociais, como moradia, saúde, saneamento e educação. Essas contrarreformas só geraram miséria, fome, desemprego e violência. Além disso, todas foram votadas com esquemas corruptos no balcão de negócios do Congresso Nacional. Revogar essas medidas significa reconquistar os direitos retirados pelos governos e patrões. Devemos seguir lutando pelo arquivamento da reforma administrativa, privatização dos Correios e Eletrobras e fim dos cortes de verbas.

3- Pelo não pagamento da dívida! Pela taxação dos bilionários, empresas e multinacionais!   

Defendemos, como centro da política econômica, o não pagamento da dívida pública aos banqueiros. A dívida pública chegou a R$ 5,6 trilhões em 2021. Nesse mesmo ano, 50% do orçamento federal foi para juros e amortização da dívida, enquanto para saúde foram 4,18%, educação 2,4% e gestão ambiental 0,07%. Outra medida é a taxação dos bilionários, grandes empresas e multinacionais. Os 315 bilionários brasileiros acumulam juntos uma fortuna de R$ 1,9 trilhão. A riqueza dessas 315 pessoas é 74 vezes maior do que os investimentos do país em saúde em um ano. É urgente enfrentar a ganância das grandes empresas, como a CSN, que tem lucros altíssimos e impõe arrocho à classe trabalhadora. É essencial atacar as multinacionais. Em 2021 a remessa de lucros e dividendos das multinacionais ao exterior foi de US$ 29,1 bilhões (cerca de R$ 140,844 bilhões). Elas enviam lucros para suas matrizes enquanto demitem trabalhadores e fecham fábricas, como na Ford e LG (ou a tentativa na Caoa Cherry).

4- Reestatizar as empresas privatizadas e estatizar o sistema financeiro

Precisamos reestatizar as empresas privatizadas nas últimas décadas: Vale, CSN, Telebras, portos, hospitais universitários, as empresas estaduais de energia elétrica, água e transporte, além de impor uma Petrobras 100% estatal sob controle da classe trabalhadora. Isso também significa reverter a privatização do setor de saúde, fortalecendo o SUS. É hora de acabar com a mamata dos banqueiros. Acabar com a autonomia do Banco Central e estatizar o sistema financeiro. Assim poderíamos cancelar dívidas de empréstimos dos trabalhadores, realizar um controle efetivo do câmbio, do comércio exterior e garantir crédito barato para os pequenos produtores. Defendemos a expropriação das multinacionais que demitem, das empresas envolvidas em crimes socioambientais (Vale e Hydro) ou escândalos de corrupção (Odebrecht, OAS, Camargo Correa).

Com o não pagamento da dívida, taxação dos bilionários e estatização do sistema financeiro podemos garantir recursos para: defender os salários, serviços públicos, empresas estatais e um plano de obras públicas. Podemos retomar o auxílio emergencial e organizar um plano de obras públicas para garantir empregos e renda; repor perdas salariais e garantir concursos públicos. Defender investimentos no SUS, universidades, escolas e empresas estatais. Reduzir preços da gasolina, gás, luz, saneamento e garantir transporte público gratuito. O fim da especulação imobiliária e garantir moradia ao sem teto; reforçar políticas para o povo negro, mulheres, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. Defendemos políticas de inclusão, emprego e educação aos que sofrem opressões e são excluídos socialmente. Fim da discriminação e por direitos às pessoas LGBTQIA+. Garantir atendimento às mulheres que sofrem violência machista e também o direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Combater o racismo e o capacitismo; defender políticas contra a catástrofe ambiental, para demarcação das terras indígenas e reforma agrária. Destinar recursos para os órgãos ambientais, de combate ao desmatamento do agronegócio capitalista, para a defesa da Amazônia e todos os biomas; garantir reforma agrária sob controle dos sem terra e demarcação das terras indígenas. Destinar recursos para os camponeses para produção de alimentos baratos para o povo trabalhador.

5- Fim da repressão policial e contra a extrema direita bolsonarista

Fim à PM racista e todas as operações militares nas favelas e periferias, destruindo todo o aparato repressivo. Pelo fim da Força de Segurança Nacional e exoneração de todos os membros da PRF envolvidos em chacinas. Fim da repressão e interditos judiciais nas greves, readmissão dos grevistas e pelo direito de livre manifestação. Pela ação direta nas ruas para enfrentar o projeto ultrarreacionário bolsonarista. Por justiça para Marielle e Anderson. Punir todos os torturadores da Ditadura Militar. Fim dos assassinatos no campo e nas aldeias indígenas, prendendo os assassinos e mandantes. Punição aos políticos e empresários corruptos.

É preciso lutar por um governo da classe trabalhadora

Esse Programa Alternativo, Operário e Popular contém medidas emergenciais e necessárias para construir um Brasil da classe trabalhadora e dos setores populares. Para isso, é preciso muita mobilização e organização social. Para organizar essa luta, a classe trabalhadora e setores populares precisam de entidades democráticas e classistas. Para isso, devemos lutar de forma intransigente contra as direções lulistas e os pelegos da direção majoritária da CUT, Força Sindical, CTB, UNE e UBES. Aproveitamos as eleições para divulgar essas propostas e conversar sobre elas nos locais de trabalho, estudo e moradia. Estamos com Vera Lúcia, candidatos a governadores e senadores do Polo Socialista e Revolucionário e propomos uma Frente de Esquerda e Socialista com UP, PCB e as esquerdas do PSOL.

Esse programa expressa nossa luta pela independência política da classe trabalhadora. Ele só poderá ser implementado por um governo da classe trabalhadora, rumo a um Brasil socialista.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *