Declaração da CST sobre a “conferência eleitoral” do PSOL
Não acataremos o voto na frente ampla chapa Lula-Alckmin e seu programa burguês
1- No último período lutamos em defesa de um PSOL classista, socialista e democrático. Batalhamos contra a federação partidária com a REDE e contra a adesão do PSOL a chapa da frente ampla de Lula e Geraldo Alckmin. São dois temas profundos que não foram votados no último Congresso do PSOL (realizado recentemente) e não poderiam ser definidos através do Diretório Nacional (a “conferência” foi na verdade um diretório nacional).
2- A aprovação da linha majoritária, com esse método burocrático e uma maioria precária, expressa a linha liquidacionista da direção majoritária. Ela coloca o PSOL a reboque a REDE/ITAÚ e do programa burguês da frente ampla de Lula/Alckmin visando um governo de colaboração de classes, com e para a burguesia. A CST, uma das correntes fundadoras do PSOL, continua na oposição de esquerda a essa proposta reformista. Mantemos a unidade com aqueles e aquelas que se oponham a esse curso oportunista no interior do PSOL, confluindo com os que assinaram o manifesto PSOL na Encruzilhada.
3- De forma imediata, após as votações do diretório nacional, a CST, que foi uma das organizações decisivas para a fundação do PSOL, coletando milhares de assinaturas para fundar um novo partido contra a conciliação de classes, decidiu entregar todos os cargos de direção do partido que são ocupados por nossa organização nos Diretórios Nacional, Estaduais e Municipais do PSOL, em repúdio a essa deliberação. Os Psolistas radicais que entregam seus cargos na direção do PSOL vão seguir a luta na base do PSOL. Não acatamos e desobedecemos a deliberação majoritária de federar com a REDE e apoiar a frente ampla de Lula/Alckmin. A CST vai seguir lutando pelo PSOL das origens, classista, socialista, internacionalista e democrático, um PSOL sem patrões na base do partido (https://www.cstuit.com/home/index.php/2022/03/17/manifesto-psol-sem-patroes/
). Exigimos um congresso extraordinário do PSOL para deliberar sobre esses temas.
4- Propomos ao conjunto as forças e militantes que apoiaram Glauber Braga, que foram contra a federação com a REDE e também contra a adesão a frente ampla de Lula-Alckmin e seu programa burguês, aos coletivos, dirigentes e ativistas do PSOL na encruzilhada que a luta siga na base do PSOL. A CST propõe que isso ocorra através:
a) da realização de plenárias após o dia 30/4 da base do PSOL contra Rede e a adesão a frente ampla de Lula/Alckmin e seguir defendendo candidatura própria nas Conferências Estaduais e batalhando para inserir o PSOL no apoio as greves e a unificação das lutas por salário e as pautas da classe trabalhadora, contra os ataques do governo Bolsonaro e governadores; por primeiros de maio classistas, sem patrões, sem conciliação.
b) do lançamento de candidaturas da ala radical do PSOL contra a política majoritária, desacatando a orientação de apoiar Lula/Alckmin e seus aliados da frente ampla nos estados; realizando campanha para candidaturas à esquerda da frente ampla de Lula/Alckmin, em nível nacional e em cada estado, garantindo a independência política da classe trabalhadora;
c) lutando pela unidade das esquerdas do PSOL, com a UP, PCB, PSTU e o Polo Socialista e Revolucionário, com um programa de ruptura pelo não pagamento da dívida, estatização do sistema financeiro, taxação dos bilionários e das multinacionais, reestatização das empresas privatizadas e demais pautas operárias, populares e contra as opressões; por um governo da classe trabalhadora, rumo a Brasil socialista.
d) a CST vai entregar os cargos da direção partidária e propõe que as demais forças de esquerda, também entreguem os cargos, em protesto contra a conciliação de classes e a linha patronal da atual maioria do partido, exigindo congresso extraordinário do PSOL.
São Paulo, 30 de abril de 2022.
Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores – CST- Tendência fundadora do PSOL
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