BELÉM | CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DE ÔNIBUS

Organizar atos unificados contra o aumento!

Congelamento já! Por um transporte público estatal, com tarifa social e passe livre para estudantes e desempregados!

Os empresários do transporte exigem um aumento de passagem do transporte em Belém e região metropolitana para R$ 5,00, um aumento de cerca de 38%, sendo o triplo da inflação acumulada.

Nas últimas semanas fizeram campanha pública nos meios de comunicação dizendo que seria impossível manter o serviço. Além disso, reduziram ainda mais as frotas e modificaram os horários como pressão para que as prefeituras concedam o aumento.

Desmentir as empresas – Pela abertura das planilhas e auditoria dos lucros

De forma oportunista, como em todas as outras ocasiões, as empresas utilizam o aumentos do preço dos combustíveis para tentar justificar o aumento das tarifas mas não divulgam suas planilhas, gastos e investimentos, assim como o número de usuários circulando no transporte. Qual o balanço dos lucros acumulados pela empresas nos últimos anos enquanto nos ofereciam ônibus velhos e serviço de baixa-qualidade?

Os empresários dizem que estão rodando com 70% do público. Porém mais uma vez não comprovam e sabemos há meses que as pessoas estão circulando  e voltando à normalidade com o retorno das aulas nas escolas e universidades, funcionamento de órgãos públicos, espaços culturais, festas e afins. Jamais vamos confiar nesses empresários unhas-de-fome, exploradores dos rodoviários e do povo trabalhador que depende dos ônibus.

Mesmo que a informação da Setransbel estivesse correta (e excluindo as gratuidades), teríamos atualmente cerca de 490 mil usuários pagando passagens de ida e volta todos os dias, o que representaria uma arrecadação DIÁRIA de mais de 3,5 milhões de reais. Em apenas um dia de circulação têm-se dinheiro para pagar o salário de mais de mil motoristas.

É preciso abrir as planilhas e investigar os dados, pois trata-se de uma concessão pública de um serviço que deveria estar a serviço da população e isso deveria ser garantido pela prefeitura. Para isso precisamos montar uma comissão formada pelos sindicatos, centrais como a CSP-CONLUTAS, cipeiros de cada garagem, os DCEs, grêmios estudantis e movimento popular para garantir um verdadeiro controle operário e popular sobre o transporte em nossa cidade.

Transporte caro e precário prejudica o povo pobre

Segundo dados do aplicativo moovit cerca de 12% da população pega mais de dois ônibus por dia em Belém.

Mais de 60% dos moradores e moradoras de Belém sobrevivem com até um salário mínimo e o gasto com transporte público corresponde a pelo menos 17% desse  valor.

Além do valor,  os ônibus são precários e sem ar condicionado ou bilhete único/terminais de integração existentes em outras capitais. Além disso muito antes da pandemia as empresas já colocavam poucos ônibus em circulação provocando longas esperas e superlotação, tudo a serviço de aumentar seus lucros em detrimento da qualidade do transporte para a população.

Somam-se a essa situação, a falta de fiscalização e denúncias de reutilização de equipamentos velhos oriundo de outras empresas do eixo sul-sudeste do Brasil, reformados e postos em circulação.

Nem um centavo A prefeitura do PSOL não pode trair a população.

Edmilson Rodrigues foi eleito prometendo mudanças, mas cada até aqui manteve como eixo de seu governo os pactos com os Barbalho, a câmara de vereadores oligárquica e não enfrentou os empresários da cidade. Seguir a lógica de aumentos de tarifa com promessas de “melhorias” que nunca chegam é seguir os mesmos critérios e ações das prefeituras anteriores.

O transporte é um direito social previsto no art 6° da constituição federal, dever dos entes federativos o custeio e regulamentação, mas que é concedido aos setores privados. O que deveria ser bem social passa a ser uma mercadoria medida pelos lucros e dividendos, por isso nos é servido um serviço péssimo e caótico.

A prefeitura de Belém precisa romper essa lógica, poderia inclusive estatizar as empresas conforme a lei organiza do município de Belém no seu art 37° e inciso VI, já que as empresas alegam impossibilidades e praticam ações que prejudicam os usuários. Deve ficar ao lado dos trabalhadores e não da setransbel. E nessa encruzilhada não há meio termo.

Defendemos a criação de uma empresa pública de transporte que articule os modais (ônibus e barcos), planeje a circulação e integração para facilitar acessos e desafogar o trânsito, controlado pelos trabalhadores rovoviários e os usuários do transporte. Uma empresa estatal deveria praticar uma tarifa social, garantir o passe livre estudantil e dos desempregados, rumo a uma tarifa zero. Mas para isso seria preciso enfrentar a máfia do transporte público: os donos das empresas e seus políticos lacaios e apostar na mobilização da população. Se os empresários exploradores não atendem a função social do transporte, então que a prefeitura estatize esse setor.

Mobilizar para barrar o aumento: organizar uma passeata unificada contra o aumento

É preciso construir um comitê de mobilização com coletivos estudantis, sindicatos e associações de moradores que possa organizar uma passeata contra esse absurdo aumento. Devemos realizar a mobilização na base, com abaixo assinado, agitações que expressem a vontade da maioria da população trabalhadora, incluindo as reivindicações do rodoviário e rodoviárias.

É tarefa do momento construir mobilizações em unidade com a lutas em curso (trabalhadores da Cosampa em greve, professores, etc) para barrar esse aumento e garantir todas as pautas dos grevistas e da classe trabalhadora.

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