OTAN: braço militar imperialista

 

por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI

 

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se formou em 1949, com as principais potências imperialistas vencedoras da Segunda Guerra Mundial, liderada pelos Estados Unidos, principalmente, mas também pela Grã-Bretanha, Canadá e França. Ela também é integrada pela Itália, Bélgica, Espanha, Portugal, Grécia, Turquia, Islândia e Dinamarca. Depois de 1990, incluiu os países do Leste Europeu que haviam restaurado o capitalismo: Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Romênia, Bulgária e Hungria, incluindo, também, países que fazem fronteira pelo norte com a Rússia e que haviam sido parte da União Soviética: Lituânia, Estônia e Letônia. Em 1999, a OTAN interveio com bombardeios de mil aviões de combate na ex-Iugoslávia.

A OTAN é o principal instrumento militar para respaldar a consolidação do domínio semicolonial ianque e do imperialismo europeu sobre o Leste Europeu, e já foi utilizada formalmente em várias guerras. Através da OTAN, os Estados Unidos têm bases militares em grande parte dos países da Europa e na Turquia (bases que utilizou para intervir na Síria e para invadir o Iraque). Invasões, como as do Iraque e do Afeganistão, foram através das mãos dos Estados Unidos e de seus aliados da OTAN. Recentemente, a Colômbia realizou exercícios militares navais com os Estados Unidos e a França no Caribe. Informou-se que esses exercícios estavam ocorrendo dentro do âmbito da OTAN, com a Colômbia como país “sócio” da OTAN.

No entanto, ela não é o único instrumento militar do imperialismo. Os Estados Unidos realizaram sua invasão e ocupação mais importantes, no Vietnã, até a sua retirada, derrotado em 1975, sem a OTAN. Também utiliza outros instrumentos, como o enclave sionista de Israel, para submeter os palestinos e os povos árabes. Em questão de América Latina, firmou-se, em 1947, o TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, também de caráter militar), que a Argentina integra formalmente. Através do TIAR são realizados, quase todos os anos, os chamados operativos navais Unitas, dos quais participam a Argentina e quase todos os países latino-americanos. Esses exercícios são utilizados pelos Estados Unidos para disciplinar as Forças Armadas latino-americanas a seu serviço.

No caso da Ucrânia, Putin utilizou como pretexto central para a invasão o argumento de que a OTAN estaria “cercando” militarmente a Rússia. De fato, já há alguns anos, os governos burgueses ucranianos, incluindo o atual de Zelensky, pedem para fazer parte da OTAN. Dessa forma, serviram de bandeja para Putin a “desculpa” para a invasão.

Entretanto, os Estados Unidos e a OTAN se negaram a incluir a Ucrânia e se negaram a intervir militarmente neste país, porque não querem um confronto militar com a Rússia. Estão deixando Putin atuar, confrontando-o apenas com sanções econômicas. Isso mostra que a OTAN não é e nem será um instrumento a serviço da independência de um povo oprimido, nem da “liberdade” de nenhum povo. Por isso, nós, da UIT-QI, chamamos a lutar pela dissolução da OTAN, pela ruptura de cada país com a OTAN e com todos os pactos militares ligados aos Estados Unidos.

 


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