EDITORIAL | Seguir o exemplo das manifestações por Justiça para Moïse! | Combate Socialista n°146
Seguir o exemplo das manifestações por Justiça para Moïse!
No último dia 06/02 ocorreram manifestações em solidariedade à família de Moïse e à comunidade Congolesa e Africana, repudiando o brutal assassinato desse jovem trabalhador negro na Barra da Tijuca. Contra o racismo, a xenofobia, a extrema direita e os policiais milicianos, marchamos unificadamente nas ruas. Unidos e mobilizados podemos conquistar justiça e fazer com que nossas pautas sejam atendidas. Devemos dar continuidade a esse protesto e realizar uma nova jornada nacional de lutas, indo até o fim para cobrar justiça para Moïse, pelo fim do racismo e por direitos aos imigrantes e refugiados congoleses, africanos, haitianos, bolivianos e das demais nacionalidades, para que nunca mais nenhum trabalhador seja assassinado. Para evitar novos casos como o de Durval Teófilo, de São Gonçalo, assassinado por um sargento da Marinha unicamente por ser negro.
Seguirmos organizados e mobilizados é fundamental!
Os movimentos negros, como a Coalização Negra, UNEGRO, UNEAFRO, MNU, as centrais sindicais e movimentos estudantis e sociais, devem manter essa bandeira de solidariedade em pé nas universidades, sindicatos, locais de trabalho e moradia. Nesse caminho, unificar com as reivindicações dos demais trabalhadores precarizados e precarizadas, em sua maioria negros e negras, como terceirizados e entregadores; unificar o movimento com os protestos feministas em direção ao 8M; as campanhas salariais e mobilizações como na Eletrobras, Portuários, Garis, Metroviários e servidores; unificar a luta contra o arrocho salarial; por um plano efetivo de contenção da ômicron; seguir a luta por auxílio emergencial para todas as pessoas que necessitarem; redução do preços dos transportes, alimentos, combustíveis, aluguéis; contra as privatizações das estatais; contra a reforma administrava. Contra os projetos e ataques do governo do capitão Bolsonaro e do General Mourão, cuja política genocida só gera mais morte, miséria e violência contra a classe trabalhadora.
Construir a VI Plenária de Organização das Lutas Populares e exigir um plano de luta no CONCLAT
Para isso, exigimos que a CUT, CTB, UNE e MTST convoquem a VI Plenária de Organização das Lutas Populares da campanha Fora Bolsonaro para voltar a convocar passeatas massivas de rua, como as que ocorreram no ano passado. Do mesmo modo, devemos exigir, em cada sindicato, que a CUT, CTB e demais centrais mudem o caráter do CONCLAT (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora). Ao invés de ser apenas um evento eleitoral, devemos exigir que, em cada sindicato, ocorra assembleias de base para eleger delegados ao CONCLAT, incluindo em sua pauta a deliberação de um plano de luta que garanta a unificação das campanhas salariais, paralisações e greves; uma campanha contra o racismo e a xenofobia, com dias nacionais de mobilização; e um plano econômico e social alternativo que defenda reposição das perdas salariais de forma automática para vencer a inflação; geração de empregos via planos de trabalhos públicos e redução da jornada de trabalho sem redução de salários; o não pagamento da dívida externa e interna aos banqueiros e a taxação dos bilionários e das multinacionais para investir pesado em saúde, educação, serviços públicos e estatais; estatizar o sistema financeiro e destinar recursos para realizar uma reforma agrária radical sob controle dos sem-terra, expulsar as multinacionais do campo e garantir preservação ambiental, demarcação das terras indígenas; recursos para o combate ao racismo, ao machismo e à LGBTfobia; pela revogação das contrarreformas da previdência, do teto de gastos, trabalhista e demais medidas que retiram direitos.
Por uma reunião nacional da esquerda do PSOL, UP, PCB e o Polo Socialista e Revolucionário
Nós, da CST, que integramos a campanha de Glauber Braga, o Povo na Rua e o Polo Socialista e Revolucionário, defendemos a unidade daqueles que são contra a frente ampla liderada por Lula e Alckmin. Propomos uma reunião nacional entre a Oposição do PSOL, liderada por Glauber Braga (hoje pré-candidato à Presidência), a UP, com a pré-candidatura de Leonardo Péricles, o PCB, o PSTU e o Polo Socialista e Revolucionário.
Defendemos a necessidade de uma frente ou bloco das esquerdas socialistas e comunistas, que se expresse nas ruas e nas eleições, pautando um plano de luta e a possibilidade de intervenção comum nas eleições com candidaturas unificadas em nível nacional e nos estados. Seria um campo ou bloco à esquerda da conciliação de classes e poderia abrir caminho para a batalha por um governo da classe trabalhadora e dos setores populares, sem patrões, para romper com a dominação imperialista e capitalista, rumo a um Brasil socialista.