A catástrofe que nos ameaça e como combatê-la

Apresentamos um trabalho aprovado no VII Congresso Mundial da UIT-QI, em dezembro de 2020, que dá uma visão marxista da crise ambiental capitalista, desde os antecedentes dos mestres do marxismo até os nossos dias.

Introdução

O mundo está sofrendo uma das crises mais graves de sua história. Não apenas crescem a pobreza, a exploração, a fome e até a falta de água potável para bilhões de pessoas, mas também estamos sofrendo enfermidades massivas, como a Covid-19. A causa desta calamidade é o sistema capitalista-imperialista, um sistema irracional, injusto e a serviço dos capitalistas. A miséria crescente, a superlotação dos espaços urbanos e as mudanças climáticas formam um terreno fértil para as novas enfermidades. A Covid-19 colocou evidenciou o desastre do capitalismo e a destruição, por exemplo, da saúde pública estatal.

Parte desse desastre são as mudanças climáticas e o avanço da destruição ambiental. Dados científicos indicam que, até o ano de 2050, o planeta poderá se tornar inabitável, caso as emissões de CO2 não sejam freadas. Esse é o abismo para onde o capitalismo nos leva, enquanto uma minoria de multimilionários e suas multinacionais seguem multiplicando seus gigantescos lucros. Somente a derrubada do sistema capitalista-imperialista, a expropriação da burguesia e governos socialistas dos trabalhadores podem planificar racionalmente a economia mundial para cuidar da natureza e do ser humano, parte constituinte dela. Nesse caminho de luta, não significa que o prognóstico dos cientistas, que estabelece 2050 como limite, seja inexorável. As lutas podem obter conquistas e mudanças parciais nas políticas energéticas e ambientais. Não serão mudanças de fundo, mas as lutas podem ir fazendo frente ao ritmo da crise ambiental. A luta está aberta e não somos “colapsistas”.

Desde 2018, o movimento contra a contaminação ambiental e o aquecimento global se massificou, encabeçado por um setor da juventude com centro na Europa, mas com extensão mundial. É um movimento progressivo e que tende a se chocar com as multinacionais e com os governos capitalistas, que são os responsáveis pela contaminação e pelo fato de não haver soluções.

Consideramo-nos parte desse movimento e apoiamos as suas justas demandas, fazendo tudo o que for possível para obter a mais ampla unidade de ação por elas, sem nenhum tipo de sectarismo. Somos o setor socialista revolucionário desse movimento amplo em defesa da vida no planeta. A UIT-QI apoia e impulsiona todas as lutas populares e da juventude em defesa dos recursos naturais e que enfrentem o saque e a depredação da natureza.

Apresentamos um programa para impulsionar a mobilização, buscando a mais ampla unidade de ação em defesa do meio ambiente, mas, também, denunciando o saque das riquezas por parte do imperialismo e das multinacionais, na perspectiva de unir essas lutas às lutas da classe trabalhadora e dos setores populares do mundo para impor uma mudança de fundo: governos das e dos trabalhadores e o socialismo. A disjuntiva é: socialismo ou catástrofe.