SP | Basta de retirada de direitos e de arrocho salarial!
Danilo Bianchi – Professor da Rede Estadual-SP
O governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, estão numa verdadeira empreitada contra os servidores públicos. Na cidade de São Paulo, apesar da heroica e forte greve do funcionalismo municipal, a Prefeitura aprovou o projeto nefasto conhecido como Sampaprev 2, que confisca a aposentadoria e avança em outros ataques aos servidores.
No estado, João Doria aprovou a PLC 26, acabando com o direito histórico da categoria: as faltas abonadas, uma compensação aos meses com 31 dias, em que o estado não compensa a remuneração dos professores. Agora, graças a João Doria e à maioria da Assembleia Legislativa, o servidor público de SP vai trabalhar de graça nos meses com 31 dias. Além disso, Doria ainda não pagou o abono-Fundeb, uma compensação aos profissionais da educação em face do rebaixamento salarial e da necessidade de cumprir a lei que determina que 70% dos valores do Fundeb sejam gastos com a folha de pagamento dos profissionais da educação. Doria anunciou o abono no dia dos professores, mas até agora nada!
A situação econômica do país e do estado vem aprofundando o drama dos servidores, que sofrem com a perda do poder de compra, a inflação e a perda da qualidade de vida. É diante dessa situação que o funcionalismo municipal demonstrou sua força, com uma poderosa greve, e que os agentes de organização escolar do estado estão demonstrando, nas mobilizações para serem incluídos no abono-Fundeb.
A maioria da direção da APEOESP, um dos principais sindicatos do funcionalismo, está aquém dessa tarefa. Apostou, durante muito tempo, em desmobilizar a categoria a partir de sua linha sectária que dizia “não queremos abono”, contrapondo o abono ao reajuste salarial, destoando completamente dos anseios da categoria no chão da escola, que quer abono e reajuste. Por isso, também não tem apostado na mobilização e na unidade do funcionalismo. São poucas as subsedes da capital e do interior que realmente organizaram campanhas e convocam as assembleias. Faz falta a construção pela base, pois não vemos a maioria dos dirigentes sindicais nas escolas, dialogando com os professores, efetivos, temporários e com os agentes de organização escolar.
É preciso seguir batalhando pela unidade das lutas do funcionalismo. Infelizmente, ainda que tenham existido importantes exemplos de unidade, como o dia unificado de luta do funcionalismo, em 28/10, não existe de fato uma coordenação comum. As lutas seguem dispersas, enquanto a unificação desses processos poderia ajudar a fortalecer a luta em defesa dos direitos e a colocar os governos contra a parede. Essa é a batalha para o próximo período.