EDITORIAL | Batalhar por uma nova jornada de luta em outubro | Combate Socialista nº 140
O Brasil governado por Bolsonaro e pelo general Mourão vai de mal a pior. O povo trabalhador tem que trocar o botijão de gás por carvão e se alimentar de restos de peixe e ossos. O projeto da extrema direita significa vetar a distribuição de absorventes para mulheres e impor um novo corte na pesquisa científica (sem a qual não se combate a Covid-19).
O governo Bolsonaro é marcado pela corrupção e atuação criminosa durante a pandemia, conforme se comprovou na CPI. Além disso, a imprensa revelou que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, utilizou seu cargo para aumentar seu patrimônio num paraíso fiscal nas Ilhas Virgens. Ou seja: enquanto sofremos, eles fazem negociatas e enriquecem. Já chega: Bolsonaro, Mourão e Guedes têm que sair do governo e pagar pelos seus crimes.
Governadores e prefeitos da velha direita são cúmplices
Os governadores e prefeitos, apesar de nuances com Bolsonaro em algumas das pautas autoritárias, estão juntos com o bolsonarismo na aplicação do ajuste fiscal. No Congresso Nacional, votam projetos como a Reforma Administrativa, que visa a destruição dos serviços públicos. Seus governadores e prefeitos aplicam projetos que retiram direitos e impõem retrocessos ao serviço público estadual e municipal, como recentemente vimos nos Projetos de Lei do PSDB em SP, do DEM no Rio e do MDB no estado do Pará (ver páginas 4-5).
Manter o povo na rua com plano de luta unificado
Após a jornada nacional de protestos do dia 02 de outubro, precisamos seguir mobilizados. É preciso um plano de luta rumo ao 15 de novembro (que ainda está muito distante), garantindo a unificação dos atuais protestos dos servidores e as greves, como a da GM em São Caetano do Sul/SP. Um plano de luta que unifique as campanhas salariais, como a dos metalúrgicos do ABC, que tem conseguido avanços econômicos em várias fábricas, protestos como os da educação gaúcha e movimentos como o dos camponeses da FNL em SP; um calendário de mobilização unitário com o movimento feminista, que está organizando manifestações em defesa de Mari Ferrer e contra o veto à distribuição de absorventes, ou movimento nas periferias, como no dia 23. Os servidores federais costumam protestar no dia 28 de outubro, data que simboliza o dia do servidor. Essa é uma boa data para voltar às ruas. É o que propõe a articulação Povo na Rua. Exigimos da campanha Fora Bolsonaro a convocatória da VII Plenária de Organização das Lutas Populares e o dia 28 como data nacional de luta. Devemos disputar essa data no interior do FONASEFE, batalhando por esse calendário, propondo essa data para FASUBRA, ANDES-SN, SINASEFE e CONDSEF. É o que exigimos da CUT, da CTB, da UNE, de Lula, de Ciro Gomes e de Guilherme Boulos/PSOL.
Por medidas urgentes contra a fome, o desemprego e o arrocho
Nas lutas é preciso construir um plano emergencial das centrais sindicais e movimentos populares, com medidas urgentes contra a fome, o desemprego e o arrocho: pelo reajuste de salário e redução dos preços dos alimentos, gás, luz, aluguel e água; taxação dos bilionários e dos lucros das multinacionais para investir em auxílio emergencial e gerar empregos; pelo não pagamento da dívida, cortando recursos da especulação financeira e destinando verbas para melhorar os serviços públicos, como saúde e educação, e as empresas estatais, como Correios e Petrobras; por reforma agrária sob controle dos sem-terra, atacando as multinacionais do agronegócio, para colocar alimento barato na mesa do trabalhador da cidade; defender as florestas e a demarcação das terras indígenas; defender as pautas feministas, LGBTs e do movimento de negros e negras.