EDITORIAL | É preciso dar continuidade à luta contra Bolsonaro em outubro | Combate Socialista nº 139
Na semana em que fechamos esta edição, estamos diante dos protestos unitários do dia 02/10 contra o governo Bolsonaro/Mourão, seu projeto autoritário e ultrarreacionário, suas propostas que retiram diretos e o negacionismo na pandemia que já vitimou quase 600 mil pessoas. Ao mesmo tempo em que ampliamos sua divulgação com panfletagens e colaços e batalhamos pela sua construção efetiva, precisamos preparar a continuidade da mobilização ainda em outubro.
Tá tudo caro e a culpa é de Bolsonaro, empresários e políticos patronais
A vida está difícil para o povo trabalhador. O custo de vida só cresce. As únicas coisas que não aumentam são o salário e a renda dos trabalhadores. De fato, o que ganhamos não basta para viver com dignidade. Os governos, a rede Globo e empresários diziam (e ainda dizem) que tinham que fazer “reformas”, retirando direitos, para o “Brasil melhorar”, mas era mentira. O Brasil para eles é a bolsa de valores e a conta bancária dos ricaços da Faria Lima e da Viera Souto, os únicos que estão se dando bem. O ex-presidente Temer e o presidente Bolsonaro, juntamente ao deputado Rodrigo Maia (DEM), fizeram a reforma trabalhista e da previdência dizendo que iam ter mais empregos e melhorias, mas o que vemos é o contrário. Por isso, afirmamos: a culpa da carestia, da alta inflação, é dos governantes, dos patrões, dos banqueiros e das multinacionais que sugam nossas riquezas.
Continuar a luta em outubro
O governo Bolsonaro/Mourão, seus ministros militares, fazendeiros e banqueiros, governam contra o povo trabalhador. Além disso, defendem um projeto autoritário, de fechamento do STF e de plenos poderes para Bolsonaro. E, por isso, vamos dar o troco nas ruas, protestando fortemente no dia 02, numa grande unidade de ação. Mas não podemos deixar a próxima manifestação nacional para o dia 15 de novembro (o que pode dar um fôlego para a extrema direita e seu projeto autoritário e antioperário). Desmobilizar a oposição por mais de um mês é um erro das direções majoritárias da campanha Fora Bolsonaro, das cúpulas da CUT, CTB, UNE, MST, que só se explica por sua estratégia institucional, de oposição parlamentar, e foco na frente ampla com os patrões em 2022. Assim, essas direções exercem uma política de colaboração de classes que submete o conjunto da classe trabalhadora à linha da direita e dos empresários, desmobilizando as ruas. Por isso, não fortalecem as pautas operárias e populares, bloqueado os métodos da classe trabalhadora como as paralisações, atrasos de turno e greves nacionais. Em contraponto a essa frente ampla, devemos começar a construir uma alternativa política da classe trabalhadora e dos setores populares, uma Frente de Esquerda e Socialista com PSOL, UP, PCB e PSTU.
Plano de luta para barrar os ataques e em defesa das pautas da classe trabalhadora
Devemos exigir uma nova jornada ainda em outubro, dando continuidade à unidade de ação. Um dia nacional de passeatas com paralisações da classe trabalhadora, organizado nas bases com assembleias democráticas. Uma nova jornada contra o governo Bolsonaro/Mourão e a extrema direita; contra a Reforma Administrativa que desmonta as áreas sociais e os serviços públicos (como o SUS, Butantan, Fiocruz, universidades e escolas), contra a privatização dos Correios, da Eletrobras, Petrobras e CEDAE (privatização que vai gerar mais desemprego, mais alta nos preços dos combustíveis, gás e luz); contra o pacotaço no Rio de Janeiro, pois a classe trabalhadora não pode pagar a conta da crise; pelo reajuste de salário já, seguido de reposição automática da inflação; pela redução do preço dos alimentos, gás, luz e aluguéis; por reforma agrária radical sob controle dos sem-terra, produzindo alimento barato para mesa do trabalhador das cidades; pela taxação dos bilionários e dos lucros das multinacionais e o não pagamento da dívida, destinando recursos para geração de empregos, concursos públicos e auxílio emergencial.