EDITORIAL | 18/08 – Construir a greve dos servidores com paralisações e atrasos de turno e passeatas unificadas ao final do dia | Combate Socialista nº 135
Enquanto fechamos esta edição do Combate Socialista, o governo Bolsonaro/Mourão e o Congresso prometem votar a privatização dos Correios e a reforma administrativa. Dois duros ataques do ajuste fiscal vigente no país. Além disso, a pandemia segue com altas contaminações – mesmo nos números subnotificados oficiais – e novas variantes estão no ar, contaminando trabalhadores e trabalhadoras que amargam ônibus e trens superlotados e não têm EPIs de qualidade em seus locais de trabalho insalubres. Os alimentos, o botijão de gás, as tarifas de energia, aluguel e transportes estão nas nuvens enquanto os salários arrochados diminuíram o poder de compra e em muitos locais os trabalhadores têm diretos trabalhistas violados, como no caso de terceirizadas e terceirizados (atrasos no salário, cortes de benefícios daqueles que se afastam com laudos de Covid-19). O auxílio emergencial não dá pra nada e, por isso, muitos de nossos irmãos estão passando fome ou em situação de rua.
É preciso seguir nas ruas protestando e realizar greves e paralisações para dar um basta nessa situação; protestos unificados, como os que ocorreram nos últimos 3 meses.
As maiores lideranças da CUT, UNE e MST querem esfriar o movimento
Após os fortes atos de maio a julho, as maiores lideranças da campanha Fora Bolsonaro tentam puxar o freio de mão e esfriar o movimento, tentando que novas mobilizações só ocorram em setembro. Isso explica a demora em convocar a VI plenária de organização das lutas populares e porque a UNE, até agora, não construiu o dia 11 de agosto, votado em seu último congresso, batalha que ainda está em curso nos DCE’s (diretórios centrais dos estudantes). Do mesmo modo, a CUT e demais centrais não marcaram a data do “dia nacional de manifestações com paralisações” indicado para agosto. Ou seja, essas lideranças – ligadas à ala majoritária do PT e PCdoB – usam o peso e controle que possuem no movimento para tentar acalmar as ruas e, com isso, levar a insatisfação para o terreno da institucionalidade e das eleições, que são terreno da burguesia e não da classe trabalhadora. Ou seja, uma jogada errada que nos leva a jogar no campo dos nossos adversários e, portanto, num lugar mais difícil de vencermos. É preciso lutar contra isso e unificar os sindicatos, federações, DCE’s e movimentos populares nas ruas e construindo paralisações rumo a uma greve geral contra o governo Bolsonaro/Mourão. E a data para isso pode ser o dia 18, dia de greve dos servidores federais.
Construir o dia 18, dos servidores, com paralisações e atrasos nas demais categorias e passeatas unificadas ao final do dia
Os servidores votaram uma nova data de mobilização por meio de uma greve nacional de 24h no dia 18 de agosto. Data também votada pela campanha fora Bolsonaro. Para que essa data seja efetiva, é preciso que o FONASEFE e demais entidades dos servidores estaduais e municipais garantam que ocorram atos de rua nesse dia. Movimentos exclusivamente virtuais serão insuficientes para barrar os ataques. Além disso, exigimos que a CUT, a CTB e as demais centrais parem de fazer corpo mole e convoquem de verdade essa data, não só como um apoio, mas transformando essa data num dia de protestos de todas as categorias, num dia de unificação das campanhas salariais de metalúrgicos, químicos, bancários, ecetistas, numa dia de “mobilização e paralisações”, tal qual já havia votando antes. Um dia como esquenta de uma greve geral do conjunto da classe trabalhadora. Um dia de protestos para colocar pra Fora Bolsonaro, o vice, general do exército, Mourão, os ministros banqueiros e militares corruptos e barrar os ataques do Congresso Nacional, impedir a privatização dos Correios e a reforma administrativa; para lutar pelo reajuste imediato do salário e garantir reposição automática das perdas salariais, redução do preço dos alimentos, combustíveis e passagens dos transportes; pelo não pagamento da dívida pública e taxação das fortunas dos bilionários, para ter recursos para investir em auxilio emergencial de um salário mínimo, vacinação geral com quebra de patentes e um plano de geração de empregos. Do mesmo modo, que a direção majoritária da campanha Fora Bolsonaro convoque a VI plenária de organização das lutas populares, com representantes eleitos nas assembleias de base, pra debater e deliberar democraticamente os rumos do movimento.