Construir a greve a partir do dia 17/08 | Para Barrar a privatização dos Correios e o reajuste zero
O governo Bolsonaro quer privatizar os correios entregando essa grande estatal para a iniciativa privada com o financiamento público via BNDES. Ou seja, mais uma vez a população pagará a conta. Um primeiro passo foi dado pelo governo através da aprovação pela câmara dos deputados do PL 591/21 que abre um grande caminho para a venda dos Correios.
A venda da estatal ocasionará uma brutal redução na entrega das correspondências e encomendas em todo país principalmente nos municípios e locais mais distantes onde hoje as entregas chegam independente da rentabilidade, pois os correios adotam o subsídio cruzado em que as cidades que dão lucro custeiam as localidades deficitárias. Com a privatização, além da limitação das entregas, as tarifas aumentarão, pois o lucro é o objetivo principal da iniciativa privada e a prestação de serviço ficará pior.
É importante destacar que os correios em 2020 obtiveram um lucro de R$ 1,5 bilhão, mesmo com toda a política de redução de mão de obra e sucateamento da estatal o que mostra o potencial econômico que será entregue de bandeja para a iniciativa privada.
Os correios muito além da questão comercial cumprem um papel social importante como garantir a entrega dos livros didáticos, apoiar com a sua logística a entrega de donativos em momentos de calamidade e agora durante a pandemia atuam na operação da Rede Vírus, levando amostras do coronavírus para serem analisadas por cientistas e pesquisadores de diversas universidades do Brasil.
A privatização dos correios além de prejudicar a população também ocasionará a demissão em massa dos empregados que pelo projeto terão estabilidade de apenas 18 meses.
Contra o reajuste zero.
Em meio a tentativa de privatização da empresa Bolsonaro/Floriano apresentaram na campanha salarial a proposta de manter o péssimo acordo coletivo atual, reajuste zero no salário e benefícios e implantação do banco de horas; Ou seja, propõe piorar o que já existe. Mesmo com um lucro bilionário em 2020 e o aumento recorde de entregas de encomendas o governo Bolsonaro e o presidente dos correios querem atacar o salário dos trabalhadores. Com a alta dos preços dos alimentos, tarifas, gás, energia e uma inflação que ultrapassa os 9% é impossível aceitar qualquer proposta que não recomponha as perdas salariais. Diante de uma situação onde a categoria vem sofrendo com jornadas de trabalho até aos domingos, a falta de condições de trabalho e alto índice de mortos e contaminados pela COVID-19 não podemos aceitar um acordo coletivo que ataque mais ainda as condições de vida dos trabalhadores.
Direção da FINDECT (CTB) e FENTECT(CUT) devem organizar a greve do dia 17/08
A partir da indicação, por parte das duas federações, da greve unificada dos trabalhadores dos correios para começar no dia 17/08 é necessário construir o movimento paredista com a categoria através de reuniões de delegados sindicais, visitas nas unidades e assembleias democráticas e presenciais, comando de greve único com trabalhadores de cada uma das unidades e piquetes fortes em todos os grandes locais. A greve tem que ser forte desde o início e para isso a sua construção na base é fundamental.
Defendemos unificar com os MOT’s e a sua pauta por melhores condições de trabalho e contra o assédio e realizar plenárias unificadas com servidores, metalúrgicos, químicos e demais categorias que estão em campanha salarial.
A direção dos sindicatos devem realizar atividades permanentes nas ruas, nos locais de trabalho e com a população para ganharmos mais apoio a nossa greve .
Não pode se repetir o que aconteceu na votação do projeto de privatização na câmara quando as direções da FINDECT e FENTECT não convocaram atos, paralisações ou qualquer ação para enfrentar a votação do projeto. A paralisia do SINTECT/RJ e do SINTECT/SP, os dois maiores sindicatos da categoria, foi o símbolo da falta de ação. De maneira nenhuma podemos facilitar a vida do governo que está envolvido em uma profunda crise política e bastante questionado.
É muito importante uma forte unidade para lutar para barrar o conjunto de ataques do governo Bolsonaro contra as trabalhadoras e trabalhadores dos correios. O dia 18 aprovado pelos servidores públicos como greve geral nesse setor é uma oportunidade de na prática construir essa unidade para barrar a privatização, o arrocho salarial e colocar para fora Bolsonaro e Mourão.
As grandes centrais sindicais como CUT e CTB devem aplicar o que aprovaram nos fóruns das centrais, e se apoiando na greve dos correios e dos servidores, transformar o dia 18 em um verdadeiro dia de paralisações, greves e atos de rua. Só dessa forma vamos derrotar a privatização dos correios e garantir um reajuste para a categoria.