25 de julho Dia de Luta Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Ester Cleane, Comissão de Mulheres da CST
O dia 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Aqui, no Brasil, também é um dia de homenagem à Tereza de Benguela, líder quilombola que se tornou rainha, resistindo bravamente à escravidão.
A data é importante para chamar atenção para a situação das mulheres negras. Elas são a maioria no trabalho doméstico, na informalidade e nas subcontratações, as que recebem os menores salários e são as mais afetadas pela crise.
A situação da mulher negra piorou em vários aspectos
As mulheres negras foram as mais afetadas pelo aumento do desemprego e pelas reformas. O número de casos de violência doméstica contra mulheres negras aumentou e é maior do que das mulheres não negras.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que mulheres negras estão 50% mais suscetíveis ao desemprego do que outros grupos. Segundo o Ipea, enquanto o desemprego entre mulheres negras subiu 80% em relação ao período anterior à crise econômica, entre homens brancos o aumento do desemprego foi de 4,6 pontos percentuais – entre homens negros, houve crescimento de 7 pontos percentuais.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 39,8% de mulheres negras compõem o grupo submetido a condições precárias de trabalho – homens negros abrangem 31,6%; mulheres brancas, 26,9%; homens brancos, 20,6% do total.
O estudo Atlas da Violência, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), indica que a taxa de homicídios de mulheres negras ficou em 5,3 a cada 100 mil habitantes. Entre mulheres não negras, esse índice cai para 3,1 a cada 100 mil habitantes, uma diferença de 71%.
Esses dados comprovam que, de fato, as mulheres negras são as mais vulneráveis, exploradas e oprimidas.
Dia 25 de Julho é dia de luta!
A mobilização organizada é o caminho para acabar com esses números alarmantes. Não podemos confiar que parlamentares ou governos vão resolver essa crítica situação. Devemos exigir que as centrais sindicais, sindicatos, os movimentos sociais e organizações feministas organizem atos e marchas, unificando nossas pautas às reivindicações da classe trabalhadora. Devemos seguir lutando contra o capitalismo, contra o racismo e pela liberdade da mulher negra. Lutar, também, para derrotar o Presidente Bolsonaro, um governo machista e racista, que é o responsável direto pelas mais de 540 mil mortes causadas pela Covid-19 e pela crise econômica atual. Por um movimento antirracista, feminista, anticapitalista, antipatriarcal e contra todas as formas de exploração e opressões.
– VIDAS NEGRAS IMPORTAM!
– Renda mínima para as mulheres chefes de lares!
– Verbas para as políticas públicas e não para a Dívida Pública!
– Justiça para KATHLEN ROMEU!