Conter a covid-19  e garantir direitos trabalhistas das tercerizados e tercerizadas da UFRJ

#tercerizado não é escravo

Conter a covid-19  e garantir direitos trabalhistas das tercerizados e tercerizadas da UFRJ

A pandemia da Covid-19 deixa um lastro de mortes e destruição no Brasil fazendo com que o país alcance a triste marca de mais 500 mil mortos. Para nós, a responsabilidade por essa tragédia é muita clara: o governo genocida de Bolsonaro, com o apoio conivente de prefeitos e governadores, que insistem em priorizar a economia em detrimento da vida das pessoas.

Mas se a doença não escolhe classe, não temos dúvida alguma que os trabalhadores e trabalhadoras, especialmente os(as) terceirizados(as), são os(as) mais sacrificados(as). Isso porque a estas pessoas se impõe o criminoso dilema: ou se trabalha, ou se morre de fome. Por esse motivo, é premente um cuidado especial com essa categoria mais pauperizada da classe trabalhadora.

No âmbito da UFRJ, as notícias dão conta de surtos de contaminação de terceirizados em várias unidades, especialmente os que trabalham diretamente com a limpeza.  A representante da Associação dos Terceirizados da Universidade (ATTUFRJ) vem constante mente denunciando a situação de abandono que estão vivendo estes trabalhadoras e trabalhadores, sendo obrigados pelas unidades a trabalharem integralmente, desrespeitando um acordo que havia sido estabelecido com a PR4, que era o de realizar um revezamento no decorrer das semanas.

Mas, mesmo diante dos relatos e dos apelos, a reitoria se esquiva dizendo que não há na UFRJ nenhuma informação das pessoas que testaram positivo para a doença e que existe um centro de triagem e diagnóstico na Universidade que estaria aberto a todos. Ignora a reitora que os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados não têm comando sobre suas vidas laborais, pois vivem acossados pelo assédio moral, a perseguição e o medo constante de perder o emprego.

Muitos tem sido os relatos de contaminação e mortes de terceirizados da UFRJ vitimas Covid-19, pois os mesmos ao se dirigirem a UFRJ enfrentam transportes lotados para se deslocarem para a universidade.

Por esse motivo, muitas vezes sequer conseguem ir até um posto de saúde ou centro de testagem para não se ausentarem do posto de trabalho e consequentemente não correr o risco de perder o emprego. Essa não é uma situação isolada, mas um cenário reinante na instituição, como bem relatou a representante do ATTUFRJ em uma de suas intervenções no Consuni/UFRJ.

 

Retorno as atividades presenciais em setembro

Diante de uma pandemia que ainda está longe de terminar, com baixo percentual de pessoas vacinadas no Brasil e no estado do Rio de janeiro  a reitoria convocou uma reunião com a ADUFRJ, SINTUFRJ e DCE para anunciar que pretende retornar as atividades a partir de setembro, pois a  avalia que neste mês a comunidade universitária já teria sido vacinada. É bom lembrar que o orçamento da universidade, segundo essa própria reitoria, manteria a Universidade funcionando somente até setembro.

As próprias autoridades sanitárias dizem que para o retorno as atividades presenciais são necessário garantir condições sanitárias para isso.  É de se perguntar de onde a universidade vai tirar verbas para garantir um protocolo adequado para o retorno adequados as atividades, uma vez que falta tudo nos setores.

Nem precisa dizer que os setores mais precarizados da universidade, caso dos terceirizados(as), serão os mais prejudicados com este retorno, pois quais as garantias as empresas terceirizadas e a reitoria dará esses trabalhadores(as)?

Por esse motivo, é fundamental apoiar os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados nessa luta, exigindo que tanto o Sintufrj, quando a Fasubra também encampem essa luta. Não é mais possível ficar no campo retórico, lamentando a morte de trabalhadores e trabalhadoras terceirizados, quando nada é feito na prática para que esse quadro seja superado, garantindo não só a dignidade para/com estas pessoas, mas respeitando o direito à vida.

É nesta linha de luta que devem seguir os trabalhadores e as trabalhadoras terceirizados(as) da UFRJ, exigindo da reitoria e do governo ações para garantir a integridade física de todos, com garantia de empregos e salários.

É absurdo que existam trabalhadoras e trabalhadores com auxílio alimentação cortado por estarem com covid-19. Exigimos a solução imediata desse problema. GARANTIA DE TODOS OS DIREITOS TRABALHISTAS para trabalhadores terceirizadas e terceirizados com Covid-19. E pagamento integral de vale alimentação aos contaminados pela covid-19. Do mesmo modo exigimos pagamento em dia, sem atrasos, de salários e férias.

Por fim, destacamos a nossa defesa pela realização de uma assembleia universitária, com os quatro segmentos (docentes, discentes, técnicos e terceirizados) para, democraticamente, decidirem os rumos da luta que garantirão empregos e salários para todos e todas, bem como as medidas sanitárias tao importantes para salvar vidas em meio a essa devastadora pandemia.

COMBATE UFRJ (CST e independentes)  – Oposição CSP-CONLUTAS no SINTUFRJ – Construindo a Articulação Povo na Rua – campanha Fora Bolsonaro

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