Vitorioso encontro internacional de trabalhadoras e trabalhadores da saúde
Por Mónica Méndez, secretária de organização da Cicop e dirigente nacional de “Salud en Marcha”
No sábado, 8 de maio, foi realizada uma reunião aberta, convocada pela Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional, UIT-QI, de trabalhadores/as da saúde que em seus respectivos países carregam imensos desafios enquanto linha de frente do combate ao coronavírus.
Este segundo encontro, dando continuidade ao que fora convocado em setembro de 2020, contou com uma importante presença de ativistas e dirigentes provenientes de quase uma dezena de países latinoamericanos. Durante mais de três horas de trocas, pudemos partilhar das reivindicações que atravessam nosso continente pela saúde do povo, por condições de trabalho e salários. Serviu também para refletir e apoiar as importantíssimas lutas que os trabalhadores/as do setor vêm dando em todo o continente.
A abertura foi comandada por Reynaldo Saccone, ex-presidente da Cicop (profissionais de saúde de Buenos Aires) da Argentina, e referência no setor de saúde da UIT-QI. A tremenda crise de vacinação e a atual catástrofe resultante da pandemia foi o primeiro ponto que insistiu na necessidade urgente da quebra de patentes para vacinar em massa toda a população. O desmonte dos sistemas de saúde e do lucro privado, após mais de um ano de pandemia, reforçou a luta por um sistema de saúde único e estatal. E, finalmente, a luta feroz em todo o mundo para varrer os líderes sindicais traidores e estabelecer uma nova direção. Esses foram os eixos da convocatória que mais tarde, no decorrer do encontro, se confirmaram como centrais na situação atual.
Em nome de uma grande delegação do Panamá, falou Priscilla Vázquez, líder da Proposta Socialista, junto com Sofia Cobos, presidenta e diretora, respectivamente, da Associação de Empregados do Fundo de Seguridade Social, que estão realizando uma importante luta em seu país. Pelo México, a médica Sol Patricia Rojo, da Rede de Trabalhadoras e Trabalhadores em Defesa dos Direitos e da Saúde. Do Peru, Taylor Rojas, membro do coletivo Fisioterapia Já, junto com uma delegação de dirigentes, como Edgar Vivar, secretário geral da “Fenutsaa Dignidad”; Manuel Aguilar, secretário geral do sindicato de técnicos assistenciais do Instituto de Saúde da Criança, e Perpetua Mejía, secretária do sindicato unificado do Instituto Nacional da Criança. Da Bolívia, María Dolores Póveda, representante de licenciadas em enfermagem da casa nacional de saúde em Fesimra; Norma Mamani Quispe, da diretoria da Federação de Trabalhadores da Saúde Pública de Cochabamba; Rosmery Contreras, secretária de atas de Simra, Sindicato de Médicos e Afins de Oruro, e Rossel Salazar, secretário geral da central operária regional de Tuzipa, entre outros destacados dirigentes combativos, como Amado Quispe. Na Bolívia se deu um importante passo ao formar o agrupamento “Rebelión Salud”, uma importante ferramenta para organizar a luta. Do Brasil, participou do encontro Zila Camarão, trabalhadora da saúde, na linha de frente contra a Covid-19, no Hospital Universitário João de Barros Barreto, na cidade de Belém, Pará, representando a CST – Corrente Socialista de Trabalhadores/as, seção da UIT-QI no Brasil, que também enviou um vídeo legendado que foi transmitido pelo Zoom.
E, pela Argentina, quem escreve este relato, junto a dezenas de dirigentes e importantes lutadores. Participaram dirigentes de várias províncias e referências das lutas atuais, como os “elefantes de Neuquén”. Roger Obelar, delegado sindical do hospital de Centenário, junto com outros dirigentes, levaram uma calorosa saudação e apoio de todo o encontro. Os enfermeiros que acampam em Santa Cruz há um mês em frente a casa de governo, delegações de Asspur de Rio Negro que se encontram em plano de luta, também do Hospital de Crianças de San Justo e Germani, da Laferrere, La Matanza, ambos em luta. Do hospital Garrahan, de Posadas, entre muitos outros. Também participaram companheiros de ATSA, clínicas privadas em luta que refletem a precariedade e a desídia da patronal em momentos de pandemia.
Encerramos o encontro com muito entusiasmo, com o compromisso de apoiar todas as lutas, de seguir batalhando para que se quebrem as patentes das vacinas, de seguir em braços dados defendendo a saúde pública e lutando por sistemas de saúde estatais e apostando por de pé uma nova direção sindical. Os seguintes passos serão editar um boletim latinoamericano que reflita o discutido e organizar um novo encontro em dois meses.