O papel da CSP-Conlutas na luta por uma nova direção

 

A política de unidade de ação para combater Bolsonaro não pode secundarizar a política de enfrentar a burocracia. Esse setor tem sido um empecilho para a unificação das lutas. Por isso, a CSP-Conlutas deveria, sem negar a unidade para lutar, também desmascarar os objetivos centrais desse setor. Isso inclui, por exemplo, não fazer chapas comuns com as burocracias da CUT e CTB como aconteceu nos bancários do Rio de Janeiro, setor que, na campanha salarial de 2020, fechou um acordo rapidamente para não fazer unidade com os trabalhadores dos Correios que estavam em greve. Não podemos criar ilusões para a base de que a burocracia pode ser uma alternativa de direção para os trabalhadores. Em meio à batalha pela unificação temos de seguir combatendo as direções pelegas, numa combinação de unidade-enfrentamento.

Lutar por calendários efetivos onde a central tem peso

A ausência de centralização e unificação de calendários efetivos nos servidores federais é um erro. Um setor onde o ajuste fiscal está sendo aprovado de forma acelerada e a luta para resistir de verdade a esses ataques é uma necessidade. Esse deveria ser o papel do ANDES, FASUBRA e SINASEFE, entidades com peso da corrente Resistência do PSOL. Justamente onde a central tem peso, temos de fazer diferente.

Construir um polo alternativo

A política de construção de uma jornada de lutas unificadas necessita ter um polo alternativo, que exija das centrais sindicais a sua construção. Atuamos no movimento para fortalecer uma alternativa de direção para os trabalhadores. Nesse sentido, ser parte dos processos ativos, convocando atos e mobilizações é fundamental. Chamar a classe para lutar nas ruas não pode ser comparado a colocar os trabalhadores para o abate, como incorretamente vêm afirmando os camaradas do PSTU nos fóruns da Central. Muito pelo contrário, pois, na verdade, não ocupar as ruas contra o governo é que levará a classe para o matadouro. Desse modo, os camaradas do PSTU confundem os cuidados sanitários com ausência de convocação de mobilização de rua, como vimos em suas defesas em vários fóruns do movimento. Sabemos que em meio à pandemia temos que tomar medidas adequadas e para isso podemos criar comissões sanitárias, formadas por sindicatos e médicos, para nossas manifestações. Mas até aqui a linha majoritária na central levou a CSP-CONLUTAS a limitações e erros em algumas categorias, como não se jogar na luta da FORD e não combater o desmonte dos atos em sindicatos como o SEPE-RJ. É importante que os companheiros do PSTU reflitam e revejam essa posição e ajudem nos processos de mobilização convocando atos e sendo polo ativo dos processos de luta.

(originalmente publicado no jornal Combate Socialista n 125)

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