Bolsonaro é genocida e autoritário!
Juventude Vamos à luta
No dia 18 de março, quatro jovens foram presos em Brasília por protestar em frente ao Palácio do Planalto com uma faixa em que estava escrito “Bolsonaro Genocida”. Em Uberlândia (MG), pelo menos 25 pessoas foram convocadas a depor na polícia federal por fazer críticas ao Presidente nas redes sociais. O inquérito contra elas foi aberto pelo Ministério da Justiça.
Enquanto põe em marcha seu projeto negacionista que impede um enfrentamento efetivo à pandemia e provoca o aumento assombroso do número de óbitos e contaminações, Bolsonaro quer silenciar as críticas a seu governo perseguindo figuras públicas, sindicalistas, servidores públicos e estudantes. De Portarias a inquéritos policiais, Bolsonaro tenta se utilizar da censura para silenciar a verdade: sob seu governo genocida mais de 280 mil brasileiros/as faleceram por Covid-19.
Carlos Bolsonaro abriu queixa-crime contra o youtuber Felipe Neto e a atriz Bruna Marquezine sob o inacreditável argumento de crime contra a “segurança nacional”. No início do mês, o ex-reitor da UFPEL, Pedro Hallal, foi denunciado pela CGU e obrigado a assinar um termo de ajuste de conduta, enquanto a professora universitária e dirigente sindical da ADUFERPE, Erica Suruagy, foi chamada pela polícia para depor devido a um inquérito policial aberto pelo próprio Presidente da República. O motivo em todos esses casos é o mesmo: críticas ao governo Bolsonaro. Bruna e Felipe chamaram Bolsonaro de genocida, Pedro o chamou de “defensor de torturador” e a ADUFERPE espalhou outdoors em Recife que diziam que o presidente é o “senhor da morte”. Também no início do mês, o MEC emitiu uma recomendação às universidades para “punir atos político-partidários”, mas, sob fortes críticas, o ministério teve que revogar o ofício.
Essas investidas ferem a liberdade de organização sindical, de expressão e de cátedra e demonstram o desejo autoritário do Presidente, mas também o seu temor de que a indignação contra seu governo se canalize para as mobilizações, como fez a juventude em 2019 no Tsunami da Educação. Não à toa, as universidades são alguns dos alvos preferidos de suas medidas.
Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 54% dos brasileiros reprovam Bolsonaro na gestão da Pandemia e 43% o consideram o principal culpado pela crise sanitária. Ou seja, é cada vez mais difícil esconder da população o caráter genocida de seu governo. Por isso, é preciso transformar o temor de Bolsonaro em realidade: canalizar o sentimento de indignação e construir mobilizações contra seu projeto antipovo. A UNE, a UBES e a ANPG precisam convocar um calendário de lutas, chamando a unidade de ação com todos aqueles que querem derrotar esse governo para dizer que não aceitaremos mordaças. É necessário concretizar e construir pela base os atos do dia 30 de março, convocados por essas entidades, defendendo o fim da lei de segurança nacional e dos inquéritos autoritários.
(originalmente publicado no Combate Socialista n° 125)