TODO APOIO ÀS TERCEIRIZADAS DA EDUCAÇÃO DO RIO
Barbara e Adolpho, Dirigentes do SEPE
Diante de tantos ataques aos seus direitos, as terceirizadas da rede municipal do Rio têm se destacado nas lutas, organizando protestos para exigir o pagamento dos salários atrasados e a garantia do emprego. No dia 8 de março, elas foram às ruas e fizeram um belo ato, apesar da suspensão do apoio do SEPE, decidida pela maioria da direção. Nós, da CST e do Combate, fomos contra a suspensão e participamos do protesto.
A situação dessas trabalhadoras é mesmo difícil. Algumas empresas não pagam os salários desde Novembro de 2020 e a Prefeitura suspendeu o contrato com as empresas, que alegam não pagar os salários devido aos atrasos de pagamento da Prefeitura e à suspensão dos contratos. O grupo segue organizado para lutar e vai tomar medidas jurídicas, como denúncia ao MP e a judicialização das empresas caloteiras. Entendemos que essas ações devem ser combinadas com a mobilização que vai continuar.
A campanha de solidariedade financeira das terceirizadas
As merendeiras e porteiras terceirizadas vivem uma situação cada vez mais vulnerável. São muitos relatos de falta de dinheiro para comida ou remédio, aluguel atrasado e casos de despejo. A cada semana, o quadro se agrava com a total falta de renda.
Diante disso, estamos apoiando a campanha financeira para amenizar o impacto brutal do calote do prefeito Eduardo Paes e das empresas na vida dessas lutadoras e para manter a luta. Pedimos a colaboração de sindicatos, partidos, movimentos e a cada um que possa contribuir para que façam os depósitos na conta: Renata Freire Alcantara CPF:080221907-13 Banco Bradesco Agencia: 3184-4 Conta Poupança: 1006201-2
O empobrecimento rápido precisa ser enfrentado com independência de classe
A pobreza aumenta na classe trabalhadora conforme o ajuste fiscal se aprofunda. O desemprego e a inflação disparam, o salário – quando tem – não acompanha. Pesquisa do Data Favela mostra que 68% dos moradores de favela não tiveram dinheiro para comprar comida em ao menos um dia nas duas primeiras semanas de fevereiro e a média de refeições diárias caiu de 2,4, em agosto/2020, para 1,9, em fevereiro/2021. A cesta básica ficou 33% mais cara desde o início do governo Bolsonaro.
Diante do calote no salário, as terceirizadas tiveram que ir às ruas em meio à pandemia e arriscar suas vidas para sobreviver. Pegam trem, ônibus e BRT superlotados para fazer bicos, diárias. Uma luta cotidiana pela vida que demonstra concretamente que o projeto dos governos leva a classe trabalhadora à morte, pelo vírus ou pela fome.
Enquanto nossa classe vive de forma cada vez mais precária, os banqueiros seguem lucrando cada vez mais com a dívida pública. A suspensão do pagamento da dívida e a taxação das grandes fortunas são necessárias para garantir condições de vida dignas ao povo trabalhador. Ataques a direitos, como a PEC 186, que impõe congelamento salarial enorme aos servidores, e a pobreza cada vez maior só provam que não dá para esperar a eleição de 2022 para resolver esses problemas.
As direções da classe devem convocar para a luta na rua e unir os trabalhadores
Infelizmente, a maioria da direção do SEPE agiu para desmobilizar a luta das terceirizadas quando retirou o apoio ao ato do dia 8/3 e suspendeu o aluguel dos ônibus que levariam as terceirizadas ao protesto. Mesmo assim, as terceirizadas compareceram em peso ao protesto.
O setor majoritário da direção do SEPE atua para impedir a unificação dos setores da categoria, que seguem lutando de forma isolada e, assim, têm mais dificuldades. Uma dispersão que reduz a pressão sobre os governos. A opção exclusiva por atos simbólicos também se demonstrou muito insuficiente.
O papel das direções é decisivo. É urgente que as centrais sindicais, a CUT, as frentes, a CNTE, o MTST, o MST e grandes lideranças da oposição, como o Lula, convoquem uma jornada nacional e unitária de lutas para ocupar as ruas, como estão fazendo no Paraguai, e exigir dos governos emprego, salário e renda básica, com lockdown imediato e vacinação em massa da população.