Peru | Vizcarra, Mazzetti e seus amigos recebem vacinas vip

por Partido dos Trabalhadores – Uníos, seção da UIT-QI no Peru

Tradução de Lucas Schlabendorff

O escândalo não pode mais ser ocultado. Toda a podridão foi descoberta e vazada. Esse é cheiro nauseante que tem esse regime.

O “Vacunagate” – o caso mais corrupto da história da República – explodiu, demonstrando que o ex-presidente Martin Vizcarra, a ex-ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, e outros altos funcionários ou ex-funcionários, como Pablo Checa Ledesma, do PC – da traidora CGTP –, assim como outros ex-ministros do governo de Toledo, usaram vacinas recebidas pelo laboratório chinês Sinopharm – que deveriam ir para o processo experimental das vacinas – para imunizarem a si mesmos, junto com suas famílias e outros mais de 400 funcionários. Vizcarra, seu irmão e sua esposa, foram vacinados às escondidas, há 4 meses, em plena negociação com a Sinopharm. Mazzetti se vacinou no dia 12 de janeiro. Dias depois, ela disse que seria a última a se vacinar! Tudo realizado de maneira mafiosa, às escondidas do povo, e em plena negociação das vacinas, em conluio com os laboratórios que mandam amostras grátis de uma vacina que é tratada como mercadoria, a qual buscam vender pelo melhor preço, quando deveria ser propriedade da humanidade e não de um punhado de multinacionais. O Presidente e a Ministra, ao invés de garantir a saúde do povo, usaram as vacinas experimentais para interesses pessoais, no intuito de salvarem a si próprios, enquanto o povo segue morrendo em suas casas e hospitais.

Esse escândalo não pode ser resolvido nem pelo Congresso, nem pela Justiça patronal desse regime que encobre e garante a impunidade. Exigimos a formação de uma comissão independente formada 100% por organizações dos profissionais da saúde, organizações operárias e populares e personalidades de trajetória intocável para que investiguem e condenem a todos os responsáveis. Para isso, é urgente tornar públicas todas as atas de reuniões, negociações e acordos diplomáticos com a China e Sinopharm. Que os contratos das vacinas sejam públicos e abertos. Abaixo os privilégios de confidencialidade dos laboratórios! Que as universidades ponham à disposição toda a documentação requerida da experimentação de imunização para pesquisar com total liberdade a situação. Se a justiça formal não tipifica como delito, o povo deve fazê-lo, com mobilização e luta para impor seu veredito.

Isso não pode seguir assim. Não se pode confiar nesse governo e nem em seus funcionários. É urgente formar um comitê de luta contra a Covid-19 onde se tirem os funcionários para que sejam substituídos pelos trabalhadores da saúde e suas organizações, pesquisadores, epidemiologistas, profissionais e organizações operárias e populares. Somente o povo organizado garantirá um verdadeiro combate contra a pandemia e terminará com o fracasso dos governos, erguendo um plano sanitário de saúde pública, social e econômico alternativo, que permita terminar com o ajuste contra o povo e destinar todos os recursos do país para sair da crise.

 

PT – Uníos, Peru

Lima, 16 de janeiro de 2021

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