Venezuela | Orlando Chirino e José Bodas se solidarizam com a luta dos trabalhadores de Guiana

Por Laclase.info

Recebemos comunicado da Corrente Classista, Unitária, Revolucionária e Autônoma, assinada por seus coordenadores Orlando Chirino e José Bodas, também secretário-geral da Futpv. Nele, os dois dirigentes sindicais expressam sua solidariedade com a luta que os trabalhadores de Guiana vêm desenvolvendo nos últimos dias.

Essa luta terá uma nova expressão com o apelo que os representantes das empresas de base estão fazendo para se concentrarem amanhã, quinta-feira, às 8h, na rotatória em frente do Makro para marchar até CVG.

Abaixo apresentamos a comunicação completa:

Nós da Corrente Classista, Unitária, Revolucionária e Autônoma (C-cura) saudamos as importantes e crescentes mobilizações que os trabalhadores das empresas de base de Guiana estão desenvolvendo em defesa dos salários, pelo resgate dos contratos coletivos, do HCM e contra o nefasto memorando 2792.

Desde 30 de janeiro, acompanhamos de perto o desenvolvimento do movimento. Alegra-nos que tenha se desenvolvido a partir das bases, alcançando uma grande unidade que, sem dúvida, gera confiança na recuperação das lutas operárias.

Queremos dizer que todos os trabalhadores do país estão bem cientes de como se desenvolve seu movimento e das vitórias que podem alcançar, porque o fortalecimento do movimento operário de Guiana e as conquistas de sua luta nutrirão os demais trabalhadores do país. O que vocês estão promovendo hoje pode se tornar uma centelha que acelere a ascensão do movimento operário venezuelano e o coloque à frente de uma grande onda de rebelião de todo o povo contra o brutal pacote de ajuste do governo, de falso socialismo, de Maduro. E é porque todos os trabalhadores devem se ver, como vocês se veem: como uma única classe, e unidos devemos lutar.

Acreditamos que devemos continuar trilhando o caminho da mobilização, independente dos partidos patronais, da burocracia sindical e do governo, pois são eles os responsáveis ​​pelos salários de fome que sofremos, pelo atropelamento de nossos contratos, pela destruição dos sindicatos e a atomização das nossas lutas, pela morte de centenas de companheiros das empresas de base e seus familiares devido ao desaparecimento do HCM.

Eles são responsáveis ​​pela destruição de nossos hospitais, como Ruiz y Páez e Uyapar, pela destruição de Guri, pela entrega de nossos recursos com as joint ventures na parte norte do rio Orinoco e ao sul com o Arco Minero. O governo, com o consentimento da burocracia sindical vermelha-vermelha da Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores (Cbst), impõe-nos seu miserável pacote de ajuste econômico, e eles leiloam o país e o entregam aos capitais nacionais e transnacionais por meio da lei Antibloqueio.

Dizemos para não desanimar, os olhos da classe trabalhadora venezuelana estão sobre vocês. Devemos continuar mobilizando todos os trabalhadores de Guiana, incorporando cada vez mais setores. Aos professores, aos do setor da saúde que hoje estão na linha de frente lutando contra a Covid19 com salários miseráveis ​​e sem recursos, aos do setor elétrico e a todos os trabalhadores.

A tarefa que nos propusemos é de grande importância, para a qual se exige a participação de todos os setores da população, cabendo à classe trabalhadora desempenhar o papel de liderança.

Este governo tem removido, cada vez mais, sua máscara de falso socialismo. Durante anos aplicou um pacote brutal por meio do qual liquefez as poupanças e os benefícios sociais por meio da reconversão monetária; destruiu o conceito geral de salários e negociação coletiva, eliminando todos os bônus e incidências contratuais que o compunham, medidas todas incluídas no memorando 2792. Sujeitando os trabalhadores ao ajuste mais implacável conhecido na América Latina, o que favoreceu a extração de mais-valia por parte dos empregadores nunca antes sofrida pelos trabalhadores no país.

Nesse quadro, nós da C-cura dizemos que é urgente mobilizar-se por um Plano Operário e Popular alternativo ao pacote do governo, que exija um salário igual à cesta básica indexado mensalmente à inflação, bem como uma renda de quarentena para trabalhadores informais. Pela revogação do memorando 2792 e o fator de equilíbrio 9030 da indústria do petróleo; pela criação de um Fundo Social de Emergência para enfrentar a fome, a crise social e a pandemia, que se conforme a partir da aplicação de um imposto progressivo aos grandes empresários, empresas transnacionais e banqueiros; o não pagamento da dívida externa; a suspensão das despesas militares, o confisco dos bens dos corruptos e o repatriamento do dinheiro confiscado de empresários e funcionários corruptos. Este Fundo deve servir para garantir vacinas gratuitas para todos e promover um plano massivo de compra de alimentos e insumos sanitários para equipar os hospitais no contexto da crise de saúde. Contra a criminalização do protesto e em defesa das liberdades democráticas. Pela liberdade dos trabalhadores, camponeses e lideranças populares presos por protestar e defender seus direitos.

 

Pela Corrente Classista Unitária Revolucionária e Autônoma

Orlando Chirino

José Bodas, secretário geral da Futpv

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