Mulheres – Organizar as mulheres por vacina, auxílio emergencial e pelo Fora Bolsonaro!
Se aproxima mais um 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. No Brasil, registramos a marca, oficialmente, de 225 mil mortos pela COVID-19. Após quase 1 ano do início da pandemia, a situação da classe trabalhadora é desesperadora, e pior ainda é a situação das mulheres.
Somos a linha de frente do enfrentamento à doença no Brasil e no mundo. Aqui, 65% dos profissionais no setor de saúde, são mulheres (IPEA, 2020). Em outubro, o Observatório de Recursos Humanos, vinculada à Fiocruz, apontou que o Brasil estava próximo a atingir mil profissionais de saúde mortos pela Covid-19. Mas não foi só aí que sentimos o impacto.
Com a pandemia e a onda de demissões em massa, uma multidão em idade de trabalhar ficou inativa ou desempregada, chegando a marca histórica de 93 milhões de pessoas (Pnad Contínua). As maiores atingidas foram as mulheres que, historicamente, somos as primeiras demitidas e últimas contratadas.
Segundo o IBGE, o Brasil retrocedeu, com mais de 84 milhões de pessoas enfrentando algum grau de insegurança alimentar, afetando especialmente a população rural. Os dados foram coletados entre 2017 e 2018. Com a pandemia, o número certamente é maior.
O pequeno respiro que o auxílio emergencial nos deu, em poucos meses foi cortado pela metade, tendo já sido suspenso para a imensa maioria de trabalhadores. Foram ao todo 11 milhões de mães solo que receberam o auxílio dobrado do Governo, agora uma parte voltou ao Bolsa Família (com o valor unitário de R$41,00), e pelo menos 5 milhões ficaram completamente desamparadas.
Não há solução, é urgente que a vacinação da população avance o mais rápido possível. Até o início de fevereiro, menos de 800 mil pessoas foram imunizadas. Não é o suficiente! A política genocida, anticientífica, negacionista, privatista e misógina de Bolsonaro nos coloca de joelhos frente a pandemia de COVID19 e de fome! Ao mesmo tempo, os governos estaduais pressionam impiedosamente para que as professoras voltem às aulas presenciais, mesmo não estando no grupo prioritário de vacinação.
Nesse 8 de Março precisamos organizar nossas forças e ocupar as ruas para derrotar Bolsonaro e os Governadores! As mulheres do PT, PCdoB estão equivocadas quando dizem que não é hora de ir às ruas, porque esse é o nosso verdadeiro ringue. Há algumas semanas estávamos nas ruas, com todos cuidados necessários, para levar nossas propostas aos trabalhadores e trabalhadoras nas eleições. Ocupamos as ruas com milhares de pessoas de todo país em apoio à Mari Ferrer.
Não podemos recuar agora, nossa condição nunca foi tão desesperadora! Agora mais do que nunca precisamos dar um recado contundente ao Governo. Queremos vacinação já, chega de negacionismo! É necessário suspender o pagamento da Dívida Pública e taxar as grandes fortunas para destinar os recursos para o auxílio emergencial, no valor de 1 salário mínimo, e dessa forma revertermos a fome e o desespero da população, além de investir no SUS e nas políticas públicas. Fora Bolsonaro e Mourão!
Live 24/02 – Seguir o exemplo das argentinas!
As mulheres argentinas, após anos de muita luta e organização, conseguiram aprovar a legalização do aborto! Uma vitória espetacular que faz parte da Primavera Feminista, que sacudiu o mundo. Nosso partido-irmão, o Izquierda Socialista, foi parte ativa do processo, ajudando a convocar e mobilizar para arrancar essa lei, em defesa da vida e da liberdade das mulheres decidirem sobre seu próprio corpo!
Em comemoração à essa vitória e, como parte dos debates em torno do 8 de Março, faremos uma live no dia 24 de fevereiro, às 19h, com a companheira e ex-deputada Mercedes Trimarchi, dirigente do Agrupamento de Mulheres Isadora, integrante da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito da Argentina.
Debateremos como as hermanas conquistaram esse direito, quais as dificuldades e perspectivas daqui para frente e qual caminho seguir aqui no Brasil. A live será transmitida pela página da CST-PSOL no facebook.
Solidariedade às parlamentares do PSOL
Nos últimos dias, três parlamentares do PSOL sofreram agressões. Na madrugada de 1 de fevereiro, um homem efetuou disparos para o alto em frente à casa da covereadora Samara Sosthenes. Antes, no dia 26, a casa da covereadora Carolina Iara foi atingida por disparos de armas de fogo, e no mesmo dia, Érika Hilton foi procurada em seu gabinete por um homem portando uma bandeira e máscara com símbolos cristãos, autodenominado “garçom reaça”.
As três parlamentares têm em comum, além da sigla, o fato de serem mulheres de esquerda, trans, negras e da periferia, que conseguiram furar a bolha conservadora da Câmara Paulistana. Não aceitaremos mais agressões contra parlamentares de esquerda no Brasil.
Daqui a alguns dias completaremos três anos do assassinato da companheira Marielle Franco, sem que haja respostas para quem a matou. É necessário organizar uma mobilização unitária para exigir investigação e punição aos responsáveis!