ENEM 2021 um previsível e retumbante fracasso
Por Everton Luiz da Juventude Vamos à Luta
O governo Bolsonaro não cedeu e manteve o ENEM para os dias 17 e 24 de janeiro, no momento em que o Brasil bate recordes diários de contágio e já chegou a mais de 210 mil mortos. Os hospitais estão no limite: no Rio de Janeiro já não há leitos e a falta de oxigênio em Manaus foi a face mais aguda dessa crise.
Abstenção recorde e negacionismo genocida
O ENEM teve abstenção recorde de 2,8 milhões (51,5%) de pessoas, ou seja, mais da metade dos estudantes inscritos não realizaram a prova. Há relatos de estudantes que saíram de casa, correndo o risco de se contaminar e transmitir a doença, e foram impedidos de entrar no local de prova por lotação da sala. A abstenção gerou ainda um prejuízo de R$ 332,5 milhões aos cofres públicos. O ministro da educação, Milton Ribeiro, disse que a prova foi um sucesso e só não foi melhor por uma suposta campanha da mídia contra a sua realização e pelo medo do contágio de estudantes. A verdade é que o ENEM não devia ter sido realizado.
Ocupar as ruas para suspender e cancelar o ENEM e por vacina para todos já!
A UNE e a UBES, dirigidas pela UJS/PCdoB, fizeram mobilizações nas redes sociais e diversas entidades entraram na justiça pedindo a suspensão da prova. Exceto no Amazonas, a justiça não acatou nenhum pedido, mostrando de que lado está. Todas essas iniciativas se mostraram insuficientes frente a um governo que nega a gravidade da doença desde o início da pandemia. A direção da UBES e da UNE precisa convocar um calendário de lutas, unificando datas como o dia 01/02, em que o FONASEFE está chamando protestos contra a reforma administrativa, incluindo na pauta a suspensão e cancelamento do ENEM, por vacina para todos já, insumos para tratamento e para a produção das vacinas. Para além disso, é preciso que sejam convocados CONEG’s ou CONEB’s da UNE e da UBES, além de organizar em cada cidade plenárias com DCE’s, CA’s e DA’s, grêmios e entidades municipais secundaristas, para organizar a luta contra o genocídio e os ataques do governo Bolsonaro.