CORREIOS | Greve unificada para derrotar os ataques de Bolsonaro/Floriano
Nota do Coletivo Sindical Combate – Classista e pela Base
O governo Bolsonaro e o presidente dos correios, general Floriano, partiram para o ataque e impuseram uma proposta de acordo coletivo de trabalho que retira 70 cláusulas, congela salário, reduz o vale alimentação, o acesso ao auxílio creche- babá e acaba com o auxilio especial entre outros ataques. Isso significa redução salarial porque há anos os benefícios são a base fundamental dos rendimentos dos empregados dos correios.
Mas enquanto eles atacam os nossos benefícios, no andar de cima os privilégios se mantém, com o presidente da empresa ganhando mensalmente R$ 46.000 e cada um dos 6 diretores R$ 40.000, salários que continuarão intactos. Esse ataque ao acordo coletivo é o “novo normal” que os governos e os patrões querem impor para o conjunto da classe trabalhadora. O projeto é retirar direitos, atacar os salários e os acordos coletivos. Não bastassem as mortes por Covid- 19 na categoria, devida a negligência do governo Bolsonaro e a direção da empresa, agora ainda têm esse ataque ao nosso acordo coletivo. No Brasil de Bolsonaro e do general Mourão, os trabalhadores tem que perder direitos enquanto os milionários seguem aumentando suas fortunas e os bancos lucram como nunca.
Com a cumplicidade da justiça empresa aplica cortes nos benefícios.
Com a liminar obtida no STF pela empresa o acordo coletivo assinado no ano passado no TST teve a sua vigência reduzida de 2 para 1 ano. Isso deu força para a direção dos correios aplicar a redução dos benefícios após o vencimento do acordo. Hoje estamos com ticket e outros benefícios reduzidos ou cortados. Um absurdo aplicado com a ajuda do STF. Agora a decisão monocrática do presidente do STF, Ministro Dias Toffoli, será apreciada pelo pleno do tribunal. O fato é que independente do resultado do julgamento já estamos com redução de benefícios e o acordo coletivo atacado.
A postura do presidente do STF e o silêncio do TST mostra que não podemos acreditar nesse judiciário que no tema do ajuste fiscal, retirada de direitos e outras pautas está ao lado do governo Bolsonaro. O exemplo mais recente é a manutenção da prisão domiciliar do corrupto Queiroz e sua esposa, por decisão de Gilmar Mendes, uma ação que ajuda diretamente a máfia ao redor de Bolsonaro.
Vamos aprovar a greve unificada nas assembleias do dia 17/08
Chegamos a essa situação devido ao apoio do judiciário, que favoreceu a empresa com a sua liminar, e os ataques ao acordo coletivo feito por Bolsonaro e o general Floriano. Não acreditamos que nenhum dos dois recuarão sem uma forte greve. O que está em jogo é o nosso futuro alimentar e financeiro e a manutenção dos correios como uma empresa estatal.
Diante desse quadro não pode ter vacilo das duas federações (FINDECT-CTB e FENTECT-CUT) e dos sindicatos de base em aprovar nas assembleias do dia 17/08 a greve nacional por tempo indeterminado. A unidade de ação não pode ser apenas palavras ao vento e deve ser concretizada na aprovação da greve e na construção de atos, piquetes e ações de rua. A unidade deve sempre servir para mobilização e ser um ponto de apoio para a necessária unificação com Petroleiros, Bancários e servidores federais e não para enrolar a categoria com inúmeras mudanças no calendário de greve.
Unindo os trabalhadores podemos defender nossos direitos e fazer com que os banqueiros e os ricos paguem pela crise: suspendendo o pagamento da dívida e taxando as grandes fortunas para garantir recursos e solucionar os problemas sociais.
Somos quase 100 mil nos correios e temos força para impor uma derrota a esses ataques. Temos exemplos recentes no movimento sindical que comprovam que uma greve pode derrotar os ataques aos trabalhadores. Os metroviários de São Paulo, que fizeram o governo João Dória recuar na retirada de direitos e a greve da Renault no Paraná que obrigou a justiça a suspender as demissões. Seguir o exemplo dessas categorias é fundamental para barrar o desmonte ao nosso acordo coletivo.