Por uma frente de esquerda socialista em Minas Gerais e no país
Cindy Ishida e Ivo Lelis – CST Minas Gerais
Que pese o adiamento das eleições burguesas, o PSOL tem avançado para definir suas táticas eleitorais nos diversos municípios pelo país. Infelizmente a maioria da direção tem caminhado no rumo da frente ampla eleitoral, pactuando e tentando se coligar com PT e PCdoB, além de tentativas de atrair PSB, PDT e Rede para essa ampliação do arco de alianças, tal como ocorreu no diretório municipal do Rio de Janeiro sem qualquer consulta a base. Não se trata apenas de um debate tático, mas também estratégico: possuímos algum acordo programático com o lulismo ou esses outros partidos? Apenas para citar um exemplo todos esses, sem exceção, nos estados onde governam aplicaram a reforma da previdência de Bolsonaro.
É preciso colocar que defendemos a mais ampla unidade de ação com nas ruas todos os movimentos, centrais e partidos, para derrotar Bolsonaro e seu projeto de autoritarismo e destruição dos direitos dos trabalhadores. Temos feito diversos chamados para a construção de lutas em comum. Mas daí a se juntar a esses partidos em uma frente programática, tem uma grande diferença.
Defendemos outra política, a necessidade de conformar uma frente de esquerda socialista, com os partidos que nunca governaram como o PSOL, PSTU, PCB e UP. Uma frente de esquerda que seja um polo político e social para intervir, apoiar e generalizar as lutas que a classe trabalhadora tem realizado, e que também apresente um programa de ruptura com o capitalismo nas eleições, denunciando e se mobilizando para derrotar a política genocida de Bolsonaro, governadores e prefeitos.
Nesse sentido, o PSOL MG votou uma resolução que orienta a conformação da Frente de Esquerda Socialista nas eleições municipais, com PSOL, PCB, UP e PSTU. Infelizmente deixaram uma brecha, de que coligações por fora desse arco poderão ser debatidas, mas só serão aceitas caso o Diretório Estadual a aceite por maioria. Devemos seguir debatendo e enfrentando qualquer proposta de coligação com o PT e PCdoB porque com eles não existe construção possível na defesa consequente dos direitos da classe trabalhadora.
Em Belo Horizonte, a pré-candidatura de Áurea Carolina para a Prefeitura foi aprovada por unanimidade, no entanto achamos que o debate acerca do arco de alianças tem de ser aprofundado. As Muitas têm chamado plenárias de construção programática com diversos vereadores e figuras públicas de outros partidos, através da plataforma “cidades democráticas”, no entanto a Executiva Estadual deliberou que as plenárias de base para a militância do PSOL serão apenas consultivas. Ou seja, os militantes do PSOL BH não terão o direito de decidir qual será o arco de alianças e o programa que será apresentado pelo partido na cidade, absurdo! Defendemos desde o início que a base é quem tem que decidir sobre os rumos do PSOL.