Zema pague a educação! Quarentena geral com salário integral! Desmascarar a farsa do EAD!
A crise econômica e social brasileira tem se aprofundando pela pandemia do novo coronavírus que também tem escancarado o sucateamento da saúde pública e investimentos sanitários do país, a política de Bolsonaro (sem partido) e Zema (Novo) tem levado amplos setores sociais a não ter inclusive o que comer, com demissões em massa, suspensão de contratos de trabalho com redução salarial, além da demora em garantir o pagamento do auxílio emergencial que por si só é insuficiente. O cenário é avassalador, registrando 942 mortes nas últimas 24 horas (13/05), quase 10 mil novos casos confirmados com tendência de crescimento sem contar o enorme volume de subnotificações, já são 12.700 mortes. A resposta de Bolsonaro, que liberou atividades como academias e salões de beleza como essenciais, e de Zema para flexibilizar ainda mais o isolamento social, aprofunda a catástrofe, sendo que há estudos que apontam o Brasil como o novo epicentro da pandemia no mundo.
Trabalhar sem receber? Romper o isolamento social?
Na educação em Minas Gerais, parte significativa da categoria ainda não recebeu o décimo terceiro salário de 2019, e até agora (14/05) não sabemos nem a data que receberemos o salário referente a abril. Em meio a toda essa situação, o governo Zema realizou uma manobra para enfiar goela abaixo uma proposta de EAD que no discurso pode parecer interessante, mas que não tem qualquer possibilidade real de garantir o ensino-aprendizagem da ampla maioria de nossos estudantes. Além disso, a proposta colocará, inevitavelmente, trabalhadoras e trabalhadores assim como estudantes para romper o isolamento social, justamente no momento de maior contágio pelo coronavírus!
O retorno às aulas mesmo que a distância colaboram para o maior contágio e consequentemente para o avanço das mortes causadas pelo coronavírus no país, por isso precisamos derrotar a política de Zema e tirar Bolsonaro/Mourão!
Por mais que o governo argumente que a entrega física dos PETs (planos de estudos tutorados) será uma exceção, o fato é que em muitas escolas e regiões de nosso estado será a regra. Isso implicará em uma maior movimentação seja dos trabalhadores para a entrega, assim como de estudantes e responsáveis para entregá-los de volta na escola e também de professores e professoras que deverão buscar as atividades realizadas em algum momento para correção. Além disso, as dificuldades tecnológicas que parte da categoria terão para acompanhar todo o processo incitará a que a parcela mais fragilizada da categoria, dentre ela as e os idosos que compõe o grupo de risco, para pedir auxílio a colegas, ou até ter que se deslocar para ter acesso aos meios tecnológicos necessários. É um crime! Essa proposta não atende nem mesmo aos estudantes, a estimativa do próprio governo é que dos 1,7 milhões de estudantes, 700 mil não terão como acessar as aulas, seja porque não dispõem de internet ( 31% em MG) ou porque a rede de TV que terá as aulas veiculadas (TV Minas), só está disponível em 186 dos 853 municípios do estado, ou seja, a proposta do governo é uma mentira! Além disso a política do governo coloca diretamente em risco a vida das ASBs e ATBs, que terão que realizar trabalho presencial, a ampla maioria terá que se deslocar por transportes públicos lotados, um absurdo que precisa ser derrotado!
A Proposta do governo é o laboratório para avançar com a privatização
É fundamental o debate sobre a implementação dessa experiência EAD, onde um aplicativo levantará dados do acesso no estado, e poderá servir de laboratório para sua implementação como ensino regular no futuro. Sobre isso precisamos estar atentos a algumas questões: primeiro é um princípio pedagógico que a educação básica deve ser presencial, não só pelo ensino-aprendizagem dos conteúdos, mas da formação humana de forma mais ampla. Segundo que o EAD significa, inegavelmente, em mais perda da qualidade de ensino. Terceiro que significará uma precarização e secundarização enorme do trabalho docente, assim como provocará a demissão em massa da nossa categoria.
Organizar os trabalhadores para derrotar o projeto de Zema e dos governadores através da luta!
O Sind-UTE MG obteve uma liminar que suspende o trabalho presencial da educação, uma decisão que foi importante para termos mais tempo para organizar a categoria. O governo Zema, por sua vez, diz que já cumpriu as exigências do TJMG, colocando como certo o retorno às atividades sem mesmo ter respondido à justiça. Infelizmente a direção do Sind-Ute e a maioria das subsedes tem focado todas as suas ações na liminar sem organizar a categoria para enfrentar a política de Zema contribuindo para que seus planos sejam implementados.
É necessário organizar a categoria para lutar, para isso o Sind-Ute deve promover plenárias virtuais por sub-sedes, para debater a farsa educacional e propor ações que derrubem o EAD do governo, garantir a quarentena dos profissionais da educação (professores, ATBS e ASBS), a manutenção dos contratos dos designados, o pagamento de salários, e que o retorno às aulas e o calendário escolar seja debatido com a comunidade, com as categorias e os estudantes. Que o Sind-Ute e a CNTE iniciem já uma campanha nacional para rejeitar o EAD, suspender o calendário escolar e pela quarentena geral com salário integral! Junto com essas medidas o ENEM deve ser adiado para evitar que se aprofunde ainda mais as desigualdades educacionais no país.
Para concretizar essas propostas, é preciso suspender o pagamento da dívida pública, e que todo esse dinheiro seja revertido na saúde e que garanta a quarentena geral com salário integral de todos trabalhadores não essenciais do país e dos desempregados. Somente o estado de MG tem através do Fundeb uma reserva de mais de 800 mi, ou seja há dinheiro para pagar os salários e o décimo terceiro dos trabalhadores.
Quarentena geral com salário integral! Suspensão do pagamento da dívida pública!
Zema pague a educação!
Que o sind-ute organize plenárias por sub-sedes para derrubar o EAD!
Pelo adiamento do ENEM!
Que a CNTE organize uma campanha nacional pela suspensão do calendário escolar! Pela quarentena geral, salário integral!