O decreto da covardia em Goiânia-GO
Frederico Frazão é professor de História da Rede Municipal de Educação de Goiânia, coordenador do SINTEGO e militante da corrente sindical Combate Classista e pela Base.
No dia 13 de abril de 2020, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público de Goiânia foram surpreendidos pelo decreto número 896, retroativo a 01 de abril, assinado pelo prefeito de Goiânia, Iris Resende (MDB). O decreto suspende o pagamento, de uma única vez, de aproximadamente 3 mil servidores de diversas secretarias.
Sob o pretexto de garantir o pagamento da folha, o prefeito argumenta que houve uma queda na arrecadação de ICMS da ordem de 24%, e que em função disso a economia de recursos se faz necessário. Contudo, é sabido que os planos de ajuste dos governos burgueses tem origem muito antes da pandemia, mais precisamente desde a crise de 2008, os capitalistas e seus representantes, tentam a todo custo, fazer com que os trabalhadores paguem a crise.
Além dos quase 3 mil servidores que ficarão impedidos de sobreviver nesse período crítico que estamos atravessando, outras medidas como a suspensão do pagamento de quaisquer gratificações, incluindo indenização de transportes e auxílio locomoção, bem como o congelamento do plano de carreira (progressão horizontal e vertical), atingirão aproximadamente 27 mil trabalhadores e trabalhadoras, sem contudo revelar onde e como esses recursos serão empregados no enfrentamento a crise de saúde em nossa capital.
O Prefeito Iris segue o receituário do governo Bolsonaro que através da IN (28), Instrução Normativa número 28, também apregoa o corte de despesas com o serviço público e seu consequente sucateamento.
É necessário denunciar os covardes ataques contra os servidores, a base deve fazer isso através de suas redes de contato, e exigir de seus representantes sindicais SIMSED (Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia), e SINTEGO (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás) que acionem o Ministério Público sobre a legalidade dessas medidas.
Não podemos esperar outros ataques, temos que entrar em ação já.
Propomos ainda que os sindicatos e as centrais sindicais organizem com as categorias do município uma ampla campanha pelas redes sociais contra esse decreto da covardia.