RS | Educadores em combate: seguir a greve até derrubar o pacote!

Texto Combate – Classista e pela Base

Foto: ASCOM CPERS

Os privilégios dos ricos causaram a crise do Rio Grande do Sul

Ao longo de décadas, as benesses distribuídas ao grande capital como privatizações, isenções fiscais, financiamento público a fundo perdido, perdões e abatimentos generosos de dívidas e a conivência com a sua sonegação foram construindo o quadro de crise estrutural do Rio Grande do Sul que agora as elites que a causaram querem jogar nas costas da população e dos servidores.

A renegociação da dívida estadual com a União, em 1996, pelo governo Britto, comemorada como “liquidada” pela capa da Zero Hora de 21/09/96, fez a dívida subir 122% em 1998, e hoje supera toda a arrecadação anual do Estado apesar de já ter sido paga! Por outro lado o governo federal deve R$ 54 bilhões da Lei Kandir ao Rio Grande do Sul!

A saída é rever e acabar com as benesses, auditar e suspender o pagamento da dívida e cobrar a Lei Kandir!

Mas Eduardo Leite prefere o ajuste fiscal neoliberal que não solucionou crise em lugar nenhum do mundo. Um exemplo local foi Sartori, apoiado e continuado por Leite, que terminou o governo com o maior rombo fiscal dos últimos 16 anos quando as medidas neoliberais prometiam “colocar as contas públicas em ordem”.

Governador Eduardo Leite assina convênio entre o Estado e a Fundação Lemann, em 25.02.19 / Foto: Gustavo Mansur

O compromisso de Leite é com os mais ricos! Fora Fundação Lemann!

Agora é Eduardo Leite que promete “colocar as contas públicas em ordem”. Ele omite que na cidade em que foi prefeito os servidores estão recebendo parcelado. O que o ajuste fiscal neoliberal visa manter em ordem é os lucros dos mais ricos às custas do orçamento público. É por isso que enquanto os pequenos empresários preocupados com as vendas apoiam a greve do magistério, as federações empresariais preocupadas com a especulação financeira apoiam o pacote da morte.

E aqui as relações começam a se desnudar. O especulador Jorge Paulo Lemann, o segundo homem mais rico do Brasil, é um dos grandes apoiadores do governo Leite. Lemann manifesta publicamente seu interesse pela educação pública e tem organizado cursos para formação de “líderes” – que na verdade são políticos que vão cuidar dos seus interesses privatistas e rentistas.

Em abril de 2017, Eduardo Leite participou de jantar da Fundação Lemann na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, em um desses cursos de formação de “líderes”. Coincidentemente em fevereiro de 2019, já governador, Leite firma dois convênios entre o Estado e a Fundação Lemann: um na área de gestão de pessoas e outro na de educação. A partir daí os ataques aos servidores e à educação pública se ampliaram indo da demissão de professora contratada em pleno tratamento de câncer até cancelamento unilateral de matrículas de alunos.

Em novembro de 2019, após entregar o pacote da morte à Alergs, Eduardo Leite viajou para os Estados Unidos para participar de um ciclo de palestras e conferência sobre gestão pública na Universidade de Columbia, evento organizado pela referida instituição e pela Fundação Lemann. As despesas do governador foram pagas pelos organizadores, ou seja pelos empresários. Dias depois Eduardo Leite deu uma declaração de que os professores eram “só gastos” e que o Estado deveria privatizar a educação e ficar apenas com segurança pública.

Defendemos a apuração da relação de Eduardo Leite com Jorge Paulo Lemann e o fim dos convênios do Estado com a Fundação Lemann!

Foto: ASCOM CPERS

A nossa greve é em defesa da educação pública, gratuita e com qualidade!

Estamos há mais de um mês em greve e seguimos fortes na luta pela retirada do pacote. Depois de tantos anos com salário congelado, parcelado e atrasado, o projeto do Leite é de total desmonte da escola pública, uma vez que visa achatar a carreira do magistério e manter o salário, que está bem abaixo do piso nacional, ainda sem reajustes reais.

De contratado a nomeado, da ativa ou aposentado, professoras ou funcionárias, todos nós seremos afetados de alguma forma. Por isso, precisamos manter nosso espírito de mobilização forte, participando das marchas e atividades propostas pelo comando de greve, mas também organizando a luta nas nossas regiões. Defendemos a completa retirada do pacote! Não queremos emendas! Salário em dia e reajuste já! 


Leia também: Segue forte a greve das educadoras e educadores do Rio Grande do Sul

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *