Argentina: Vamos com a Frente de Esquerda – Unidade!
Juan Carlos Giordano – Dirigente da Esquerda Socialista e Deputado Nacional eleito pela FIT
Na quarta-feira, dia 12/06, foi lançada a chapa presidencial de unidade de esquerda liderada por Nicolás Del Caño (PTS) e Romina Del Plá (PO). Também foi anunciado com grande entusiasmo o grande passo unitário entre a Frente de Esquerda e os camaradas do MST com a nova aliança formada pela Frente de Esquerda e pelo MST (Movimento Socialista dos Trabalhadores, da Argentina).
“Muito importante o que vocês fizeram!”, Disse um trabalhador quando ouviu a notícia da constituição da FIT – Unidade. Não é para menos. A unidade da esquerda é uma exigência dos combatentes diante de cada eleição para enfrentar os candidatos dos patrões.
A notícia também teve um grande impacto na mídia. Enquanto os políticos tradicionais, tanto pró-governo como oposição, saltaram de um lado para o outro, a esquerda mostrou mais uma vez sua coerência ao postular uma saída de fundo contra todas as variantes patronais. É a primeira coisa que reconhecemos no lançamento desde o nosso partido e de todos os candidatos que contribuímos da Esquerda Socialista. Dizendo que a unidade já conquistada com a constituição da Frente de Esquerda em 2011 está agora fortalecida com a incorporação dos camaradas do MST. Assim, para uma grande franja de trabalhadores, milhares de mulheres que são mobilizadas pelo aborto legal e grandes setores da juventude que repudiam os políticos tradicionais, a notícia mais impactante foi a maior união que conseguimos, não o salto desesperado de Pichetto com Macri ou a unidade de Massa com o Kirchnerismo celebrado pelos mercados.
A maior unidade conquistada é para iniciar uma campanha com mais força e enfrentar a polarização instalada entre o Macri-Pichetto e a fórmula Alberto Fernández-Cristina Kirchner. Infelizmente, Luis Zamora e o Novo MAS (dois setores da esquerda argentina) viraram as costas para esta unidade.
A única coisa diferente e inovadora nesta eleição é a Frente de Esquerda-Unidade. Somos os únicos que dizem que não haverá saída para os trabalhadores se não se desconhece o acordo com o FMI e se deixa de pagar a divida externa. Polemica que apresentamos centralmente contra a armadilha que está sendo montada pelo peronismo de Kirchnerista que se apresenta como se fosse a salvação. Nada poderia estar mais distante da verdade!
Kirchnerismo pretende “vencer” Macri, mas não o FMI e o ajuste. Qual a utilidade da votação para os Fernández se eles disserem que continuarão com o FMI? Qual é a utilidade do voto para a chapa Kirchnerista se ela vira as costas para o direito ao aborto legal com o argumento de que ele “divide”?
Um capítulo à parte merece o apoio do traidor Rodolfo Daer, da CGT (Central Geral dos Trabalhadores da Argentina), à chapa kirchnerista Fernández-Fernández. Do mesmo modo Moyano, Pignanelli e o resto da burocracia sindical que está correndo para ser um dique de contenção das lutas que enfrentarão o próximo governo. Aqueles que pretendem garantir o “pacto social” do ajuste.
Diante de tudo isso, apresentamos a maior unidade da esquerda. Dizemos Fora do FMI e não pagamento da dívida; reprivatização de empresas privatizadas; nacionalização do banco para frear a fuga de capitais e por essa via ter fundos suficientes para reativar a economia, aumentar os salários e aposentadoria, dar trabalho genuíno com um plano de obras públicas, medidas que devem ser impostas como parte de um plano econômico alternativo, operário e popular, a serviço dos trabalhadores.
Para essa batalha, é muito “útil” votar na FIT – Unidade e na chapa Del Caño-Del Plá. Lutar por uma saída de fundo, pelo aborto legal, em apoio ao sindicalismo combativo, que nos deixa orgulhosos de ter candidatos como Pollo Sobrero e Jorge Adaro. Cada voto para a FIT-Unidade é um voto contra a burocracia sindical e por novos dirigentes combativos.
Por fim, chamamos a fortalecer a unidade alcançada para lutar por um governo dos trabalhadores. Nós dizemos isso agora diante do governo de Macri e quem quer que venha. Estamos nos preparando agora para sermos mais fortes com uma alternativa política para os trabalhadores e a unidade da esquerda para enfrentar o maior ajuste que virá.
Nós chamamos a iniciar a campanha com força e dar a batalha pelos votos da unidade da esquerda nas PASO (eleições prévias na Argentina) e nas eleições gerais de outubro. Vamos com a unidade da esquerda! Vamos com a FIT-Unidade.