#CancelaMiltonNascimento
Da página da Frente em Defesa do Povo Palestino e do BDS Brasil:
Querido Milton “Bituca” Nascimento,
Diferentemente do divulgado no site do Instituto Brasil-Israel e da afirmação do produtor israelense Daniel Ring, da Octopulse, o BDS Brasil não faz ameaças nem tem postura agressiva. A campanha pública visa conscientizar e então convencer o artista de que não fure o boicote cultural ao apartheid israelense.
Querido Milton, temos certeza que não tocaria na África do Sul durante a campanha de boicote que ajudou a pôr fim ao regime institucionalizado de apartheid nos anos 1990. A campanha central de solidariedade ao povo palestino – de BDS (boicote, desinvestimento e sanções) a Israel – se fundamenta nessa ação.
A alegação de que deveríamos boicotar outros países por seu governo, como Bolsonaro ou Trump, visa desviar a atenção para a ocupação, apartheid, colonização e limpeza étnica promovidos por Israel historicamente, desde 1948. Não é um problema de governo. Israel ocupa ilegalmente territórios palestinos, não respeita nenhuma resolução da Organização das Nações Unidas, viola cotidianamente o Direito Internacional e os direitos humanos.
O Brasil não está ocupando território soberano de outra nação. Portanto, reiteramos que o problema não é o atual governo de Israel, é o comportamento de um estado institucionalizado de apartheid, fundado em um projeto colonial e de segregação. No mais, lutamos contra toda forma de opressão e exploração, seja no Brasil ou na Palestina. O boicote conecta essas lutas, uma vez que as tecnologias militares que servem ao apartheid israelense são as mesmas que promovem o genocídio da população índigena e negra nas periferias brasileiras. Essa luta é uma só!
De novo Milton, não macule sua belíssima trajetória. Cancele seu show em Tel Aviv. A voz que vem do coração diz não ao apartheid.