TSUNAMI NAS RUAS CONTRA BOLSONARO

Jornadas de Maio em defesa da educação e da aposentadoria

Construir nas bases com assembleias democráticas a greve geral de 14 de junho

 Gigantescas manifestações ocorreram no dia 15 de maio. Os manifestantes ocuparam as ruas em mais de 200 cidades para demonstrar indignação contra os cortes de verbas na educação pública e contra a reforma que desmonta a previdência. 
Em SP, RJ, MG, BA, PA, PE, RS e na maior parte das cidades os atos reuniram multidões de manifestantes. A CNTE fala de um milhão de manifestantes em todo país, mas seguramente havia mais pessoas nas ruas nesse dia 15 de maio. Apenas na Avenida Paulista em São Paulo e na Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro, para citar dois exemplos, podemos afirmar com tranquilidade que 250 mil manifestantes ocuparam cada uma dessas imensas vias. Ou seja, apenas nessas duas cidades, no mínimo, meio milhão de pessoas protestaram nas ruas.

Independente das cifras exatas, o fato é que numericamente o tsunami do 15M foi similar ao auge dos protestos de junho de 2013. Por isso, tem um impacto político imenso no país e expressa uma dinâmica intensa da luta de classes. Algo importante num momento em que o governo da extrema direita passa por problemas políticos no planalto, em sua base aliada no Congresso, quando se evidencia a manutenção da velha política do “toma lá dá cá” e aumentam as revelações sobre a proximidade do clã Bolsonaro com o crime organizado. A decepção entre vários eleitores de Bolsonaro é constatada até mesmo nas pesquisas de opinião e foi vistas nas ruas nos atos desde março. Um exemplo dessa crise politica foi a convocação do Ministro da Educação para falar perante os deputados no mesmo dia das manifestações.


O presidente em pessoa sai pior do que entrou ao xingar os manifestantes, desrespeitando a inteligência e as escolhas da juventude, menosprezando educadoras e educadores da nação, jogando mais gasolina na explosão social nas ruas. 
Uma diferença qualitativa ao compararmos com junho de 2013 é que dessa vez foram categoricamente politizadas contra o governo central, contra o ajuste estrutural do governo Bolsonaro. E foram unificadas, sem polêmicas sobre o uso de bandeiras e símbolos. O que fortalece mais a construção na greve geral da classe trabalhadora de 14 de junho. Uma tarefa central porque o governo ultraconservador e hiperliberal de Bolsonaro seguirá insistindo em seus projetos de privatizações e ajuste fiscal. E hoje nossa arma é a greve geral!

  Os manifestantes saíram mais fortes e confiantes e tem novos desafios pela frente

 O principal desafio é realizar assembleias nas bases para avaliação dos atos, reuniões unificadas nas bases de escolas e universidades, que foram protagonistas do tsunami de 15 de maio. É preciso ampliar a luta para toda a população trabalhadora. É preciso que os que estiveram nas ruas nesse dia 15 se dirijam aos locais de trabalho, às praças, para virar o jogo nas ruas explicando porque devemos parar a produção, a circulação e o comércio na greve geral. Parar o país para que os serviços públicos não parem de vez e não sejam fechados por falta verbas. Parar tudo para não perder nossos direitos.

Sem dúvida será preciso que a direção da UNE convoque um CONEG extraordinário nas próximas semanas e a UBES faça o mesmo com os grêmios estudantis, organizando um comando de mobilização estudantil eleito por assembleias de base, preparando em cada curso uma forte greve estudantil no 14 de junho, além de avaliar coletivamente a construção de novos calendários de luta, de forma unificada e bem planejada. Por exemplo, analisando nos fóruns do movimento outras datas, aproveitando a reunião da diretoria da UNE que ocorre nesses dias para avaliar o dia 30.

É necessário nas próximas semanas uma plenária nacional das entidades da educação, com ANDES, FASUBRA, SINASEFE, CNTE, CONTEE e as entidades estudantis, principalmente os CAs e DAs, para articular nacionalmente a batalha rumo à greve geral de 14 de junho.

Os setores combativos do movimento sindical devem lutar por assembleias das categorias para organizar a greve geral e plenárias estaduais das centrais, envolvendo a base das categorias. Muito importante nesse momento é a reunião convocada nacionalmente a partir do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e outras entidades nesse sábado dia 18, para armar a batalha da greve geral, parar o país e dar um basta no ajuste fiscal e na retirada de direitos. As centrais podem e devem convocar uma nova assembleia nacional da classe trabalhadora para organizar efetivamente a greve geral de 14 de junho por meio de assembleias democráticas e comitês de base unificados nas fábricas, refinarias, bancos, correios, garagens, estações, repartições, hospitais e demais locais de trabalho. Também é necessário que convoquem plenárias unificadas em cada cidade, coordenando as ações de cada setor nos piquetes desde cedo e passeatas ao final do dia.

Temos de aproveitar o momento e barrar os ataques do governo Bolsonaro através de uma poderosa greve geral em 14 de junho com fortes mobilizações nas ruas para derrotar os cortes de verbas, a privatização da previdência, a política repressiva da extrema direita e garantir o êxito de nossas reivindicações.

 16/05/2019

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL 

(Seção no Brasil da UIT-QI, Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional)

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