Os Mártires de Chicago
O 1º de maio de 1886 foi uma das grandes batalhas do movimento operário mundial. Nessa data, os trabalhadores de Chicago, nos EUA, na sua maioria imigrantes chegados de Europa, decidiram cruzar os braços e convocaram uma grande manifestação para exigir a redução da jornada de trabalho para 8 horas.
Naquela histórica jornada, a polícia norte americana reprimiu ferozmente os trabalhadores que majoritariamente se organizavam em associações anarquistas e socialistas. O resultado foi um grande número de mortos e feridos. A justiça revelou seu caráter de classe, burguesa e anti-operária, quando levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. Com provas e testemunhas inventadas, condenaram Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
II Internacional e o primeiro de maio
Três anos depois, em 1889, em Paris, durante as comemorações do centenário da Revolução Francesa foi fundada a II Internacional, que entre outras resoluções, decidiu apoiar a proposta da Federação Americana do Trabalho de realizar uma manifestação no dia 1º de maio de 1890 para lembrar os mortos de Chicago. Além de apoiar a iniciativa, a II Internacional instituiu o 1º de maio como o dia Internacional do Trabalhador adotando como uma das principais reivindicações a luta pelas 8 horas de trabalho.
Desde aquela data ficou decidido que os trabalhadores de todos os países do se manifestariam de forma unitária nesse dia para defender os seus direitos. Assim ficou estabelecido que o 1º de maio seria o dia Internacional de Luta dos Trabalhadores! É portando um dia de luta classista e internacionalista e de lembrança da memória dos mártires de Chicago.
No Brasil, a data é comemorada desde 1895
Há um longo histórico de manifestações do primeiro de maio no Brasil. Mas, nem sempre o Dia do Trabalhador foi lembrado como manda a tradição de luta e de protesto. Na última década a data vinha sendo uma celebração festiva, promovida pelas centrais sindicais majoritárias, cada isolando suas bases das demais, com sorteios de carros e com shows, parecendo mais um entretenimento do que um dia de protesto e crítica a exploração e opressão que sofrem todos os trabalhadores nas mãos de seus patrões.
No 1° de maio de 2019 foi anunciada a greve geral de junho
Felizmente, esse ano, em função da pressão das bases e da disposição de luta da classe trabalhadora foi gestado um calendário unificado que garantiu um primeiro maio unitário onde o Conjunto das Centrais sindicais anunciaram os calendários do dia 15 de maio e a grande greve geral de 14 de junho 2019.
Vamos as ruas no dia 15 de junho e vamos parar o país no dia 14 de junho para derrotar Bolsonaro e seu plano de ajuste!