Os dirigentes da COB (Central Operária Boliviana) traíram os trabalhadores!
Fora burocratas vendidos da COB! Recuperar a COB para as bases! Até o terceiro congresso de trabalhadores do campo e da cidade em Sucre no dia 18 de maio.
(publicado originalmente no jornal da ARPT, Força n° 43, da UIT-QI na Bolívia)
O 1° de maio revelou, para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras, do país a aberta traição da condução da COB, sob a liderança do mineiro Juan Carlos Huarachi. Aceitaram um aumento miserável de 4% enquanto o governo pressiona com multas aos pequenos comerciantes para generalizar o IVA (imposto ao consumo popular) o que causará um importante aumento de preços.
Aceitam sem dizer nada o saque dos fundos de pensão por parte do governo. E apoiaram o Decreto Supremo 37770 de janeiro desde ano que restaura a norma de 21060 facilitando as demissões arbitrárias de trabalhadores, assim como a atuação pró-patronal do Ministério do Trabalho que avaliza as demissões, terceirizações e contratos temporários.
Aceitam sem dizer nada o entreguismo de nossos recursos naturais, parte fundamental do plano 20-25, o estrangulamento da soberania do país, como neste momento o atropelo a reserva de Tariquia para entregá-las a empresas petroleiras, os milionários contratos com empresas chinesas para obras às vezes inúteis e outros altamente prejudiciais, como o caso das megaempresas na Amazônia. Aceitam os cortes das verbas das universidades, Departamentos e Municípios e um orçamento miserável para o Serviço Universal de Saúde (SUS) que impedirá que ele funcione, ao mesmo tempo em que se destina todo o tipo de vantagens às empresas petroleiras, mineiras e agroindústrias (inclusive retirado impostos desses setores para facilitar seus lucros). Evo Morales é um governo das transnacionais e dos interesses do tráfico nacional e internacional. A chamada oposição política eleitoral de Carlos Mesa, Oscar Ortiz e outros, têm os mesmos projetos econômicos a serviço dos capitalistas. Por isso não questionam sua política de favorecer as multinacionais e o agronegócio. Não há alternativas a favor do povo trabalhador.
Diante da traição dos dirigentes da COB e outros burocratas submetidos ao MAS, começou uma rebelião de setores de base dos trabalhadores. Os professores urbanos de Beni repudiaram a condução da COB e da Confederação de professores urbanos, exigindo suspender os pagamentos de seu sindicato a essas duas instâncias nacionais. Do mesmo modo fizeram os professores rurais de La Paz na sua reunião ampliada de 3 de maio.
Os operários fabris da base da empresa Azeites Fino de Cochabamba votaram em Assembleia quase por unanimidade não participar do ato central da COB em Cochabamba no ato de 1 de maio com a presença de Evo Morales (de fato quase não houve operários de base nesse ato). Os professores urbanos de Chuquisaca, Cochabamba e La Paz, professores rurais de Chuquisaca, repudiaram a traição da COB. Em Cochabamba neste 1 de maio professores, estudantes e mulheres repudiaram a presença de Evo Morales, sofrendo repressão policial e agressão de massistas. Existe um despertar muito vigoroso nos sindicatos assalariados da mineração transnacional contra a patronal explotadora.
Por outra parte, setores populares como o COMCIPO convocaram passeatas repudiando o entreguismo das riquezas de Potosi por Evo Morales. A resistência de dos Comunários de Tariquia diante do ingresso das Petroleiras garantiu um apoio majoritário do povo de Tarija, o que obrigou a próprio governo local a se opor a ceder a reserva as transnacionais. Os sindicatos dos pequenos comerciantes marcharam para enfrentar o impostaço. Por isso desde o Partido dos Trabalhadores chamamos a criar uma alternativa do povo trabalhador. No imediato chamamos a apoiar a luta do povo Potosino em defesa de seus recursos naturais que se inicia com a grande marcha do 6 de maio. Chamamos a unidade de todos os setores sociais e populares a fortalecer o Terceiro Encontro dos Trabalhadores do Campo e da Cidade em direção a uma Cúpula dos Povo, com organizações independentes, para lutar por recuperar nossas organizações, expulsando os burocratas masistas, elaborar uma Agenda do Povo e plano de luta para defender nossos recursos naturais, que se realizará em Sucre no dia 18 de maio, convocado pelo Comitê organizador que inclui a COMCIPO Potosino, dirigentes da Yungas de La Paz, da Federação Camponesa do Vale Alto Cochabamba, Movimento até uma Cúpula de Achacachi, com adesão do Comitê Cívico de Chuquisaca e anunciam participação setores contestatários do magistério, mineiros estudantes e outros setores
6 de maio 2019