Contribuição ao programa da Chapa de esquerda – DCE UFF

As eleições para o DCE da UFF e tiragem de delegados para o congresso da UNE acontecerá nas próximas semanas. Nós, do Vamos à Luta, estamos participando do processo de formação de chapa junto com outros companheiros dos coletivos Rua, Corretenza, UJC, Afronte, Juntos, Construção e Manifesta. Disputaremos a eleição contra o campo político composto pela UJS (PCdoB), Juventude do PT, MudaMundo e engenharias, o setor político que anda de mãos dadas com o reitor Antonio Cláudio, ocupando cargos políticos na reitoria e que é também o grupo que dirige a UNE há mais de 20 anos. A entidade estudantil está totalmente paralisada nesse momento de ataques à educação pública promovidos pelo governo, quando deveria estar mobilizando os estudantes contra Bolsonaro(PSL).
Achamos que é muito importante fortalecer essa chapa que estamos construindo, por uma direção de luta para o DCE da UFF, para enfrentar toda a retirada de direito que o governo Bolsonaro segue aplicando. Por isso, chamamos os estudantes a construir conosco essa chapa. No próximo domingo, dia 28 de Abril, será realizado um seminário de chapa para construir o programa da chapa. Queremos aqui fazer uma contribuição para esse programa:

*BOLSONARO É O INIMIGO NÚMERO 1 DA JUVENTUDE!*

O governo Bolsonaro ataca a juventude e os trabalhadores por todos os lados. Seu principal projeto é a Reforma da Previdência, do economista ultraliberal Paulo Guedes, que vai nos fazer trabalhar até morrer para garantir o lucro dos grandes empresários e banqueiros. Ele também é o principal inimigo da educação! Velez Roddigues já caiu, mas o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, vai seguir o projeto de desmonte. Eles querem transformar as universidades em espaços para uma “elite intelectual” e querem acabar com os cursos de humanas, na tentativa de cercear o pensamento livre e crítico. Ele corta milhões de reais das universidades, aprofundando a PEC 55 e precarizando nossa estrutura e a assistência estudantil, o que faz com que muitos jovens tenham que abandonar a Universidade, principalmente negros e negras, LGBTs, mulheres mães e jovens pobres e trabalhadores. E faz isso porque sabe que a juventude é força de luta contra o seu governo, foi quem lotou as ruas pelo #EleNão e pelo #ViraVoto, e tem muita disposição para seguir em luta contra seus ataques!
Esse é o governo com mais militares em sua composição desde a redemocratização. São os mesmos milicos que estiveram a frente da ditadura militar e nunca tiveram seus crimes julgados. Reivindicam a tortura, o aprofundamento do autoritarismo e atacam nossas liberdades democráticas. Bolsonaro trava uma guerra contra os centros acadêmicos, DCEs e sindicatos de todo o país, tentando criminalizar nossa luta.

*UM GOVERNO CONTRA POBRES, NEGROS, LGBTs E MULHERES*

Além de Guedes, o governo Bolsonaro tem como ministros Sérgio Moro e Damares Alves, que seguem a mesma linha de atacar as e os trabalhadores.
Com seu pacote anti-crime, Moro quer legalizar as chacinas e intensificar o encarceramento do povo negro. Já somos o país que mata 1 jovem negro a cada 23 minutos e 2 terços dos presos são negros! A nova Política sobre Drogas que Bolsonaro decretou vem somar a isso, institucionalizando jovens negros e favelados como principais suspeitos de tráfico. O resultado dessa política racista e genocida são casos como 80 tiros em um carro de uma família e a prisão de um DJ negro sem provas de ligação com o tráfico. Moro se coloca como paladino da moral e da justiça, mas agora que é ministro parece que ficou cego, surdo e mudo, nada fala sobre o laranjal do PSL ou o caso Queiroz e a relação da família Bolsonaro com a milícia.
Damares, por sua vez, é a ministra “terrivelmente cristã, que nada faz pelas mulheres! Com índices cada vez maiores de feminicídio- só nos primeiros 3 meses do ano foram 200 crimes! -, Damares sugere que pais de meninas levem suas filhas para fora do Brasil, já quis inventar a “bolsa estupro” e não propôs nenhuma política pública de combate à violência!

*A REITORIA DA UFF SEGUE A CARTILHA DE ATAQUES DO GOVERNO*

Em um momento de crise e cortes nas universidades, a reitoria deveria se aliar aos trabalhadores e estudantes em luta contra os ataques do governo. Mas o reitor Antonio Cláudio prefere jogar o conta dessa crise nas nossas costas! Já fala em corte de bolsas, aumento do preço do bandejão e aumento da carga horária dos servidores! O BUSUFF está em risco, os campi sem manutenção e os interiores seguem sem bandejão e moradia.
A UFF já tem altas taxas de evasão, muitos dos que entram não conseguem concluir.seus cursos. Precisamos de uma política de assistência estudantil que nos ajude a permanecer!
E preciso uma grande mobilização dos estudantes em defesa da Educação pública e dos nossos direitos!

– Contra os cortes na educação, pela revogação da EC 95 e suspensão do pagamento da dívida pública: Queremos dinheiro para manter a universidade funcionando e não para os bolsos dos banqueiros!

– Abaixo à reforma da previdência: Nós queremos nos aposentar!

– Contra o pacote anti-crime de Sérgio Moro! Pelo fim do encarceramento e do genocídio da população negra!

– Pelo fim da violência contra às mulheres! Chega de assédio nas universidades! Por uma assistência estudantil em que as estudantes mães possa permanecer!

– Unificar as lutas que estão em curso rumo à greve geral! A CUT, CTB, demais centrais sindicais, UNE e UBES precisam chamar para já a data da greve geral! E construir o calendário proposto pela CNTE de greve geral da educação no dia 15 de maio.

– Em defesa do direito de organização das lutas, movimentos sociais, manifestações e greves; contra o Escola Sem Partido e em defesa da liberdade de ensino.

– Que os militares voltem para caserna! Investigação e punição dos crimes da ditadura militar.
– Justiça para Marielle, Anderson e Evaldo!

– Chega de seletividade da justiça, da Lava Jato e de Sergio Moro.

– A reitoria precisa parar de atacar os estudantes e trabalhadores e se unificar na luta contra o Bolsonaro, em defesa da educação.
Pela reabertura imediata do bandejão 1 do gragoatá, construção de bandejões e moradias estudantis nos interiores, reajuste do valor das bolsas e melhorias na estrutura da universidade.

– Em defesa dos trabalhadores tercerizados: Chega de atraso nos salários e readmissão dos demitidos.

– Contra a tentativa da reitoria de aumentar a carga horária dos servidores.

*POR UMA DIREÇÃO DE LUTA PARA O MOVIMENTO ESTUDANTIL*
A UNE, entidade que deveria mobilizar os estudantes, é dirigida há mais de 20 anos de forma burocrática pela UJS (PCdoB) e pela juventude do PT. São um setor que aposta nas negociatas de gabinete, que votou em Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara dos deputados e que aqui na UFF fizeram campanha e tem cargos na reitoria do Antônio Claudio. As prefeituras e governos estaduais do PT e PCdoB deveriam ser trincheiras de luta contra Bolsonaro e seu ajuste fiscal, porém os governos do PT estão reprimindo greves e fazendo seu próprio ajuste. Não estão a altura da disposição de luta que a juventude tem contra o Bolsonaro, tanto que o movimento #EleNão e Vira-voto, que contou com adesão massiva dos estudantes, se deu por fora da direção da UNE.
Nós precisamos de uma alternativa política para o movimento estudantil, que esteja presente no dia-a-dia dos estudantes e que seja consequente no que é fundamental: a luta em defesa da universidade, contra a reforma da previdência e em defesa de todos nossos direitos.
Por isso, essa chapa que se forma com estudantes independentes e com os companheiros do RUA, Correnteza, UJC, Afronte, Juntos, Construção e Manifesta na UFF é muito importante. Pois esse é o campo político que sempre esteve nas ruas, que defende como saída para a crise a luta e as mobilizações. Achamos que é necessário fortalecer a unidade dessa campo político nacionalmente, para nos apresentarmos como uma alternativa de direção para UNE e o conjunto do movimento estudantil.

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