III ENE: Um passo à frente, rumo a Greve Geral!

 

Entre os dias 12 e 14 de Abril ocorreu o III Encontro Nacional de Educação (ENE) na UnB, em Brasília. O ENE é impulsionado pelo ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e conta com a participação do movimento estudantil, entidades sindicais e movimentos sociais. Esse ano o tema do encontro foi “Por um projeto classista de educação”, e segundo os organizadores aglutinou cerca de 1200 pessoas na Plenária Final.

As mesas refletiram os temas mais urgentes da educação, como o histórico e o projeto do “Escola sem Partido”, a militarização das escolas, a perseguição aos professores, o ensino domiciliar, o caráter do Ministério da Educação com Veléz Rodrigues, e agora com Abraham Weintraub, e o projeto global de educação do Presidente Bolsonaro. A questão da Reforma da previdência também foi debatida, sendo considerada a pauta principal para os trabalhadores e estudantes.

Durante as mesas, era bastante clara a disposição de luta dos trabalhadores da educação e também dos estudantes, com importantes informes das Greves das Universidades Estaduais da Bahia e do Piauí (ambos estados governados pelo PT). Na Bahia as três Universidades estaduais se encontram com greve dos Professores e estudantes, e no Piauí as Estaduais estão mobilizadas contra a proposta do Governador Wellington Dias, de congelamento de salários por 10 anos, paralisando os professores, técnicos, estudantes e também trabalhadores terceirizados!

Em abril, o Presidente Jair Bolsonaro aplicou um contingenciamento de mais de R$5 bilhões na educação. Esse corte afetará todo conjunto da educação, atingindo tanto trabalhadores quanto estudantes. Os ajustes que o Governo Bolsonaro aplica nacionalmente tem versões estaduais como na Bahia e no Piauí. Essa política do PT deve ser abandonada e o exemplo de luta das Estaduais do nordeste deve se nacionalizar! É com luta que conseguiremos derrubar esse corte, bem como a nefasta reforma da Previdência!

Após os debates foi apresentada a Carta do III ENE, documento que sintetiza os encaminhamentos das discussões. Foi aprovado por consenso a semana do 22 a 29 de Abril como dias de mobilização e paralisações, tendo como ênfase o dia 24 de Abril como data da Greve Geral da educação. Também aprovaram a data de 15 de Maio para a Greve Geral contra a Reforma da Previdência. Essa importante resolução vem de encontro com o calendário aprovado pela CNTE que chama a construção da Greve Geral. Além disso, a carta também aponta a defesa do direito de organização das lutas, movimentos sociais, manifestações e greves, contra o Escola Sem Partido e em defesa da liberdade de ensino. Reforçando uma concepção internacionalista aprovou-se moções de apoio e solidariedade as lutas no México, Argentina, Polônia e na França, com greve geral da educação marcada para o dia 9 de Maio, além de moções pela libertação do petroleiro Daniel Ruiz na Argentina e em apoio a luta das mulheres desse país pelo aborto.

Com a aprovação do calendário de lutas para abril e maio, o ENE reforça a necessidade de construção de uma Greve Geral no país! Infelizmente as centrais sindicais como a CUT, CTB, Força Sindical, Nova Central etc, não querem se jogar para construir as lutas e mobilizações contra a Reforma da Previdência de Guedes/Bolsonaro! Infelizmente a UNE não participou do encontro, uma postura equivocada que não ajuda na real necessidade de unidade com todos os movimentos para enfrentar os ataques do Bolsonaro. Cabe a oposição de esquerda da UNE fazer todos esforços para concretizar esse calendário nas bases dos cursos. Os trabalhadores e os estudantes demonstram sua disposição, e nesse momento é fundamental que se construam assembleias nos cursos e categorias de trabalhadores (professores, técnicos e terceirizados) para concretizar a agenda da CNTE e do ENE e exigir das Centrais Sindicais que convoquem a greve geral no dia 15 de maio para engavetar de vez a nefasta Reforma da Previdência!

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