8M – Seguir na luta contra os ataques de Temer e a violência machista
Fazer do feminismo a palavra de ordem de 2018
O ano de 2017 foi de muitas lutas para nós mulheres. Fomos mais de um milhão no mundo inteiro contra a posse de Trump nos Estados Unidos, denunciamos os assédios na mídia – desde Hollywood até a Globo,lutamos pelo aborto no Chile, seguimos mobilizadas pelo NiUnaMenos na Argentina, pelo direito de dirigir na Arábia Saudita, fomos às ruas contra a PEC181 e protagonizamos a primeira greve internacional de mulheres. Aqui no Brasil o nosso 8 de março, levou milhares de mulheres às ruas no país inteiro contra a violência machista e as reformas trabalhista e da previdência de Temer, abrindo a grande jornada de lutas do primeiro semestre que culminou na poderosa greve geral de 28 de abril e na Marcha à Brasília que colocou fogo nos ministérios e quase derrubou o governo.
Foi nossa força e mobilização, das trabalhadoras e trabalhadores que garantiu o adiamento da votação da Reforma da Previdência, cuja proposta era o aumento da idade de aposentadoria, desconsiderando nossa dupla ou tripla jornada. Sem dúvida, uma importante derrota para o governo ilegítimo de Temer.
A mais recente vitória da mobilização permanente das mulheres foi o benefício de prisão domiciliar, concedido pelo STF, para todas as presas que estão gestantes, que tem filhos até 12 anos ou especiais. É preciso reacender esse espírito de luta no ano de 2018 para seguirmos resistindo aos ataques que os governos querem nos impor e lutarmos contra os feminicídios e a violência machista.
Paramos em defesa dos nossos direitos
Nós não vamos pagar pela crise!
Infelizmente, nós mulheres somos a maioria da grande massa de desempregados hoje no país. Segundo dados recentes do IBGE, o desemprego atinge 13,5% das mulheres, contra 10% dos homens. Além disso, as empresas têm nos excluído das recontratações (segundo a mesma pesquisa), e como já é sabido e notório, recebemos 30% menos que um homem. Também somos a maioria nos postos de trabalho mais precarizados. Isso é fruto de uma crise econômica, social e política que os governos insistem em tentar nos fazer pagar enquanto seguem enchendo o bolso dos banqueiros e empresários de dinheiro. Segundo dados da Oxfam, em 2017, o 1% mais rico do planeta ficou com cerca de 82% da riqueza total produzida no mundo. É aquela velha história de que “o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre”.
Os governos buscam garantir isso aplicando os ajustes, reformas e retirando os nossos direitos. A reforma trabalhista de Temer, aprovada no ano passado, piora nossas condições de trabalho e dá garantias para que os patrões possam nos explorar cada vez mais com o “acordado sobre o legislado” e com a possibilidade que grávidas e lactantes possam trabalhar em locais insalubres. É um absurdo!
É pela vida das mulheres! Basta de feminicídios! Contra a PEC 181 e pela legalização do aborto
Junto a tudo isso, somos violentadas, abusadas, estupradas e mortas.
Os dados da violência contra a mulher no Brasil são alarmantes. Somente em São Paulo, no último ano, de cada 3 assassinatos de mulheres, 2 ocorreram dentro de casa! O Brasil é o 5º país no mundo que mais violenta mulheres, mais perigoso até mesmo que países em guerra como a Síria. Dos feminicídios, as que mais morreram foram as negras, atingindo 52% do total, segundo o mapa da violência. Somos a estatística e sentimos na pele esse peso. As maiorias de nós já sofreram ou conhecemos alguém que já sofreu algum tipo de violência machista.
Os governos são responsáveis por essa situação: a verba para o combate À violência contra a mulher foi cortada no governo Temer e já sofria ataques nos governo de Dilma e Lula, que reduziram consideravelmente o investimento e não legalizaram o aborto. Além disso não há uma política de investimento em delegacias especializadas, em debate de gênero nas escolas, em atendimento psicológico e jurídico gratuito e sequer casas-abrigo para as mulheres e seus filhos, vítimas de violência. O desemprego contribui ainda mais para que as mulheres permaneçam nas mãos dos seus agressores, que na maior parte das vezes são familiares ou maridos. É inadmissível. Não há saída para as mulheres trabalhadoras que não seja a luta. Somente a força da nossa mobilização poderá arrancar mais direitos e derrotar o ajuste de Temer e de todos os governos inimigos das mulheres!
Pela legalização do aborto! Que seja público, gratuito, seguro e garantido pelo SUS!
Contra a PEC 181 e a Reforma da Previdência!
Por mais verbas para o combate à violência contra a mulher!
Contra a intervenção federal no Rio de Janeiro! Basta de genocídio da juventude e das mulheres negras!
FORA TEMER, LULA, BOLSONARO E TODOS OS INIMIGOS DAS MULHERES!