Com greve de 24 horas, trabalhadores paralisam a privatização do metrô de São Paulo

 

A luta dos metroviários, em greve de 24 horas no dia de hoje (18), e a ação da bancada do Psol na Câmara de Vereadores da cidade conquistou a suspensão do leilão de privatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô marcado para amanhã. Uma vitória da mobilização dos trabalhadores da categoria. Agora é seguir na luta contra a privatização, contra o aumento das tarifas e em defesa do transporte público e de qualidade.

A cidade de São Paulo amanheceu nesse dia 18 de janeiro com os trabalhadores do metrô em greve contra as privatizações que o governador Geraldo Alckmin quer impor. Desde o início da madrugada eram realizados piquetes nas estações e pátios da empresa para garantir o não funcionamento e circulação de trens. A forte adesão entre os operadores de trens, agentes de segurança e agentes de estação demonstram que a categoria não vai aceitar a entrega do metrô aos empresários sem brigar. Se a partir das 6:30 os trens começaram a circular parcialmente nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás foi porque a empresa colocou supervisores para operar os trens e trabalhadores do setor administrativo nas estações, não só desrespeitando e ferindo o direito de greve da categoria, mas também colocando em risco os usuários que foram transportados por funcionários que há anos não operam trens ou nunca operaram. Apesar disso, os piquetes tiveram apoio da população e o Secretário de Transportes do governo estadual foi questionado sobre todas irregularidades denunciadas pelo Sindicato dos Metroviários presentes na licitação da concessão.

Os trabalhadores decretaram a greve em assembleia realizada na sede do sindicato na noite do dia 17 para lutar contra o aumento das tarifas, a terceirização das bilheterias, as demissões e remanejamento compulsórios que tem ocorrido, mas principalmente contra o leilão de privatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro marcado para 19 de janeiro na sede da Bovespa. A privatização é um brutal ataque à categoria e também à população de São Paulo já que pretende repassar pra iniciativa privada as duas linhas pelo valor mínimo de 180 milhões de reais para uma concessão de 20 anos. Esse valor significa apenas cerca de 3% de todo investimento público feito nas obras de construção e expansão das linhas nos últimos quatro anos. Calcula-se que em apenas 11 meses seria possível recuperar o valor da compra das linhas. Além disso, o edital de licitação foi montado para favorecer a empresa CCR/AS que hoje já controla a linha 4-Amarela, única linha privatizada do metrô. Ou seja, um jogo de cartas marcadas para garantir o lucro dos empresários.

Em meio à greve na tarde de hoje (18), o juiz Adriano Marcos Laroca acatou a ação popular dos vereadores do Psol Sâmia Bonfim e Toninho Vespoli, junto com o Sindicato dos Metroviários e a Fenametro (Federação Nacional dos Metroferroviários), contra a privatização e emitiu liminar suspendendo o leilão. Sem dúvidas, trata-se de uma vitória dos trabalhadores metroviários que com sua greve fizeram pressão ao colocar na pauta do dia a luta contra a privatização e as irregularidades existentes no processo de concessão. Um exemplo de força, disciplina e resistência que precisa ser seguido no país inteiro contra os ataques que todos os governos tentam impor contra os trabalhadores. Sabemos que o governo Alckmin não vai desistir tão fácil. Vai buscar anular a liminar e tentar de todas as formas seguir seus planos de privatização do metrô. Por isso, é fundamental que a categoria permaneça mobilizada para transformar essa vitória parcial numa vitória permanente, unificar essa luta com a luta contra o aumento das tarifas, e massificar o apoio dos movimentos sociais aos metroviários de São Paulo. Se os trabalhadores do metrô vencem e estaremos todos em melhores condições para enfrentar a reforma da previdência e outros ataques. Só com muita mobilização e muita unidade será possível derrotar de vez a privatização de Alckmin e garantir um metrô público, estatal e de qualidade.

 

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