O povo catalão vem se manifestando massivamente pela sua independência. Em torno de um milhão de pessoas se mobilizaram no dia 11 de setembro na Diada (tradicional festa nacional da Catalunha) em apoio à independência do país e ao estabelecimento de uma República. O parlamento da Catalunha aprovou a convocatória a um referendo de autodeterminação para que seja o próprio povo catalão que decida se quer ou não ser independente, cuja data está fixada para o próximo 1º de outubro.

A contundente manifestação de apoio constitui uma clara resposta ao regime monárquico que tenta por todos os meios impedir a consulta. O presidente do Governo Espanhol, Mariano Rajoy (Partido Popular) com o apoio do PSOE e Cidadãos, o Tribunal Constitucional do Estado Espanhol, com o apoio da monarquia espanhola – advertiram que não tolerarão o referendo e anunciaram medidas repressivas para impedi-lo. Nesta quarta-feira (20/09), a guarda civil entrou nas dependências da Generalitat – o Legislativo local – e prendeu 13 autoridades do governo catalão, violando a autonomia da Catalunha. O sistema de informática da Generalitat foi cortado. Mais de 40 viaturas policiais se concentraram ao redor de uma manifestação independentista para deter os presentes, bem como os partidos que impulsionam o referendo estão sob o risco de intervenção policial.

Tudo isto acontece enquanto foram apreendido materiais, proibidos atos políticos e abertos processos penais contra quem colabore com o referendo, ainda ameaçam deter 750 prefeitos catalães por apoiar o referendo, fatos que repudiamos.

Defendemos o direito dos povos e nações oprimidas (Escócia, Kurdistão, Euskadi ou Catalunha) à sua autodeterminação e a serem independentes se assim o decidirem. Uma República na Catalunha abriria um caminho para outros povos e nações por acabar com esse anacrônico regime monárquico imposto no final do franquismo.

Consideramos esta luta democrática como parte de uma luta mais geral pela aplicação de um plano econômico à serviço dos trabalhadores e setores populares, como a suspensão do pagamento da dívida externa para satisfazer as urgentes necessidades populares, assim como a ruptura com os banqueiros, as multinacionais e o União Europeia. Os socialistas revolucionários lutaremos para que seja conquistada essa república, e que seja de e para os/as trabalhadores/as.

Nesse caminho, defendemos o direito democrático para que no dia 1º de outubro seja realizado, sem nenhuma interferência legal do regime e da monarquia, sem nenhuma repressão, o referendo convocado para decidir livremente pela independência.

A Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, faz um chamado à solidariedade dos povos do mundo com a luta do povo catalão pelo direito a decidir livremente sobre seu futuro e as relações que queira estabelecer com o Estado Espanhol.

Convocamos às organizações sindicais, estudantis, políticas, dos direitos humanos, anti-imperialistas e de esquerda a realizar e a coordenar ações unitárias em apoio ao povo catalão, em especial frente as embaixadas ou consulados do Estado Espanhol.

Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

20 de setembre de 2017