Fora Temer e todos os Corruptos! Ocupar as ruas contra as reformas que retiram direitos!
A semana do 7 de setembro de 2017, não será lembrada pela comemoração da independência. Não só porque nosso país está cada dia mais dominado pelas multinacionais e o imperialismo, bastando citar que metade nosso orçamento é sugado para o pagamento da dívida com o sistema financeiro. O motivo foi a retomada da crise política. Em meio ao feriadão, longe de sentir orgulho da “pátria”, o que dominou foi a perplexidade com os últimos fatos da política nacional. Foi como se o furacão Irma, tivesse mudando de rota é devastado o país. Foram malas e caixas de dinheiro,com 50 milhões de reais, descobertas pela polícia num apartamento de luxo em salvador. No local foram encontradas as digitais do ex-Ministro do PMDB, Geddel Vieira, que hoje está preso na Papuda. Geddel é outro cardeal do PMDB que vai parar atrás das grades junto com Cunha, Cabral e Eduardo Alves, além disso ocupou o cargo de vice-presidente da CEF durante o governo Dilma. Tivemos também um áudio do empresário Joesley Batista e seu assessor Ricardo Saud, da JBS, que levou ao pedido de prisão dos delatores. Completando a tempestade, ocorreram novas denúncias da PGR contra a “quadrilhão” do PT, PMDB e PP, envolvendo Temer, Lula, Renan, DIlma, Sarney, Palocci, Jader e outras figuras da antiga coligação. Além disso assistimos a delação de Palocci, um quadro histórico dos governos petistas, contra Lula e Dilma, relatando um “pacto de sangue” entre Lula e a Odebrecht que envolvem propinas de 300 milhões e benesses pessoais a Lula. E como se fosse pouco, ficamos sabendo que a corrupção atingiu o patamar olímpico: por meio de um suborno de cerca de 2 milhões de dólares o Rio de Janeiro se tornou a sede da Olimpíada em 2016. Neste episódio, o empresários de codinome Rey Arthur, que cresceu na era Sérgio Cabral, fez a operação, em nome da parceria PMDB/PT.
Ocupar as ruas e protestar!
Não resta dúvida de que a falsa democracia dos ricos está completamente podre e seus maiores partidos (PMDB, PSDB e PT) são quadrilhas que operam os negócios da burguesia. Fica comprovado que os milhões que foram às ruas em junho de 2013, que protestaram durante a copa e as olimpíadas e que protagonizaram a greve geral de 28 de abril de 2017 estavam certos em suas reivindicações. Não há nenhuma condição de um presidente corrupto como Michel Temer seguir a frente da presidência, tentando se salvar de denúncias, aprofundando reformas que retiram direitos, privatizações de setores estratégicos e entregando a amazônia. Para não falar do desmonte dos serviços públicos, cujo exemplo mais absurdo é o da UERJ, bem como outros ataques a classe trabalhadora e setores populares. É preciso protestar. O dia 14 de setembro será uma importante data de mobilização nacional, onvocada pelos Metalúrgicos e servidores federais, com adesão de outras categorias. Em seguida haverá uma plenária nacional do setor industrial no dia 29/07 onde propomos que seja encaminhada uma nova agenda de paralisações e manifestações de rua e a unificação das campanhas salariais. É fundamental retomar os atos unificados do primeiro semestre e superar as traições das direções da centrais sindicais (como a CUT e Força) e o acordão feito pelo PMDB, PT e PSDB. Retomar a luta unificada é fundamental pois no primeiro semestre Temer não conseguiu avançar em seus projetos. É preciso lutar contra as medidas e a corrupção de Temer e do congresso, pela reposição das perdas salariais, contra o desemprego, contra as privatizações. Devemos exigir o não pagamento da dívida e a canalização desses recursos para saúde, educação e serviços públicos de qualidade.
2003: “Lula ‘propõe’ trocar o dissidente Geddel pelo radical petista Babá”
Foi assim que a Veja e a Folha noticiaram a aproximação do PT com o PMDB em 2003. Na época os radicais do PT questionaram as alianças fisiológicas e as medidas neoliberais e por isso Lula propôs trocar o deputado Babá por Geddel. Semanas antes Babá havia denunciado o então Ministro Palocci, dizendo não confiar nele nem como “medico” pois o ajuste fiscal iria colocar o país na UTI. Agora que a coalizão do PT com PMDB faliu, nomes como Geddel e Palocci retomam o noticiário, nas páginas policiais. Lula e Palocci escolheram o caminho da política tradicional e receberam muito dinheiro dos empresários. Se converteram aos mecanismos corruptos do sistema, se igualando a Geddel. Como diz o ditado: quem se mistura com porcos, farelo come. Não por acaso Palocci encontra-se preso. Este é o caminho da conciliação de classes, cujo fim é sempre maléfico aos trabalhadores e as organizações que trilham esse caminho. Os radicais, como Babá e Luciana, por outro lado, ajudaram a fundar o PSOL. Babá, mesmo tendo exercido mandatos, como recentemente na câmara do RJ, retornou ao seu cargo de servidor público. Continua nas greves e mobilizações, levando uma vida simples. As vezes que Babá foi enquadrado pela justiça é motivo de orgulho: a perseguição que sofreu da Lei de Segurança Nacional da Ditadura e por defender as ocupações dos Sem Terra. Sem dúvida, tudo isso comprova que Lula não é de esquerda há muitos anos.
Editorial do Jornal Combate Socialista – 11/09/2017