Na manhã da quinta-feira (25) dois delegados, 24 policiais militares e quatro guarnições do Grupo Tático de Redenção mataram 10 trabalhadores rurais sem-terra – sendo uma companheira e 9 companheiros – e feriram outros 14 que ocupavam a Fazenda Santa Lúcia, na zona rural do município de Pau-D’arco, no Sul do Pará. Oficialmente, o Governo do Pará, dirigido por Simão Jatene, do PSDB, diz que os policiais foram recebidos a bala ao chegarem para cumprirem mandado de prisão contra supostos pistoleiros que estariam no local. No entanto, nenhum policial foi ao menos ferido. Foi uma chacina, um verdadeiro massacre contra trabalhadores que lutam pelo direito à terra. Em nota, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) diz que Jane, a companheira morta, era presidente da associação de camponeses que lutavam pela área e que sete companheiros de uma mesma família foram assassinados.

A LCP também contesta a versão policial: “Todo mundo que conhece armamento sabe que aquelas poucas que foram apreendidas e mostradas não encorajariam ninguém a enfrentar a polícia. É só ver os corpos dos companheiros assassinados para concluir que foram fuzilados, e não estavam em posição de confronto.” A LCP também afirma que a área pertence à esposa do grileiro “Norato Barbicha”, conhecido na região e que detinha um império com milhares de hectares grilados como as Fazendas Cipó, Pantanal, Santa Lúcia. Na luta pela fazenda Cipó, ficou comprovado que dos 800 alqueires somente 200 tinham documentos comprobatórios, sendo o restante terras do Estado. Esse é o retrato do campo no Pará e no Brasil, onde latifundiários grilam terras públicas, deixando milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra para trabalhar e produzir alimentos que chegam às casas da classe trabalhadora brasileira. Para manter seus privilégios o latifúndio mata em aliança com o Estado governado por Jatene e com a União do ilegítimo Michel Temer, em Chacinas de trabalhadores rurais que vem crescendo nos último período. Em 2016, segundo a Comissão Pastoral da Terra, 61 pessoas morreram em conflitos no campo, números que se mantém esse ano, onde 35 pessoas já foram mortas. Não esquecemos o massacre de Eldorado de Carajás e não esqueceremos a chacina de Pau D’arco.

É fundamental que os partidos de esquerda, os movimentos sociais e os organismos de direitos humanos organizem uma grande campanha repudiando a chacina do Pará e exigindo a prisão dos responsáveis e dos mandantes do crime. Que o governador Jatene seja responsabilizado criminalmente pelo massacre e que o comandante da policia e o secretario de segurança sejam exonerados. Além disso é fundamental que todas as famílias das vitimas sejam atendidas e indenizadas neste momento de profunda dor.

• Chega de mortes no campo!
• Punição para todos os criminosos!*
• Jatene tem que ser responsabilizado!*
• Reforma agrária já!* – *Aliança camponesa e operária para derrotar Temer e suas reformas!*

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL, 25 de maio de 2017.