[RJ] Somos todos Maria Eduarda! Basta de violência, mortes e execuções nas escolas e comunidades!
Ivana Fortunato – Vamos à Luta RJ
No último dia 30, Maria Eduarda, de 13 anos, estudante do 7º ano, foi morta no pátio de sua escola durante a aula de Educação Física. Segundo as primeiras informações da perícia, Duda teria sido atingida por quatro balas “perdidas”, durante uma operação policial em Acari, subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo uma matéria publicada no O Globo, a escola de Maria Eduarda fechou 31 vezes por conta da violência entre 2014 e 2015. Enquanto isso, do lado de fora, nos muros da escola, policiais militares executaram dois jovens, Carlos e Ryan, conforme mostrou um vídeo gravado por um morador. Os dois, feridos no chão, ainda se mexiam quando um dos policiais atirou duas vezes contra um deles. Essas mortes geraram comoção social e protestos de moradores da região na madrugada de quinta-feira, fechando um trecho da Avenida Brasil.
Basta da violência contra a população pobre e negra
O que aconteceu com Maria Eduarda não é um caso isolado. Com ela, já somam mais de 30 o número de jovens vítimas de bala perdida durante operações policiais em áreas mais pobres do Rio, de 2015 até hoje. Nas periferias, além da falta de verbas que precariza o ensino das crianças e adolescentes, ainda há a violência policial que fecha escolas e vitima estudantes e trabalhadores. Além disso, a existência de um vídeo que evidenciou as execuções de Carlos e Ryan também desmentem a narrativa recorrente da PM e da mídia de que os policiais matam em “legítima defesa”. Não se trata disso nem mesmo de “acidentes” ou “fatalidades”, mas de uma política de (in)segurança pública assassina, que desrespeita os direitos humanos, conectada com o desmonte dos direitos sociais, destruindo as escolas, hospitais e perspectivas da juventude, empurrando uma parcela desses jovens para o tráfico. Também é o resultado da guerra às drogas, uma farsa proibicionista que coloca os “pretos, pobres e favelados” como culpados, mas que na realidade continua enriquecendo grandes empresários do tráfico internacional de drogas e armas que participam dos governos e parlamentos. Esses crimes acometem, principalmente, a população negra e pobre que sofre com o descaso do Estado e com a repressão policial. Não esquecemos da Claudia, arrastada pela viatura policial, Jhonata, de 16 anos, morto por ter um saco de pipoca na mão, e Amarildo, torturado e morto pela polícia.
O governo Pezão é responsável
A violência no Rio de Janeiro atinge proporções alarmantes e, sem dúvida, também é fruto da crise econômica e social do estado, da qual a quadrilha do PMDB comandada por Pezão, Picciani e Sérgio Cabral é responsável. O governo estadual e a ALERJ vêm aplicando um duro ajuste fiscal sobre a população, criando um caos na saúde e educação públicas, como demonstra a situação da UERJ, privatizando serviços essenciais, a exemplo da CEDAE, aumentando o desemprego e piorando a condição de vida, principalmente da população mais periférica. Cabral, com apoio de Eike Batista, além de terem roubado os cofres públicos e, por isso, estarem hoje na cadeia, também intensificaram a política de criminalização do pobreza e extermínio da juventude pobre e negra, a exemplo das UPPs. Junto com eles, Pezão também tem sangue nas mãos e tem ser responsabilizado pela morte de Maria Eduarda e pelas inúmeras execuções praticadas pela sua polícia militar. Defendemos a investigação desses crimes e a punição dos responsáveis!
A guerra que mata todos os dias negros e pobres não vai ter fim enquanto se aprofundar o ajuste de Pezão e Temer contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre. Exigimos também o fim do ajuste fiscal que agrava ainda mais a situação de violência e apoiamos as manifestações que ocorreram diante da morte de Maria Eduarda. É preciso unificar as lutas dos trabalhadores, do funcionalismo público estadual, dos estudantes, das favelas e periferias, dos negros e negras, para derrotar o ajuste fiscal, a violência policial e colocar para fora o governo Pezão.
Maria Eduarda, presente!
Carlos e Ryan, presente!
Basta de violência contra a juventude pobre e negra!
Pelo fim da PM e da guerra às drogas!
Fora Pezão e Picciani!