Privatização da CEDAE: a luta não acabou! Basta de repressão! Greve geral !
Dia 20/02/2017, a ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) aprovou a privatização da CEDAE. 41 parlamentares (de diferentes partidos, passando por: PMDB, DEM, PDT, PT) decidiram o futuro da produção e distribuição da água, um bem universal, no estado do Rio de Janeiro, o segundo maior do Brasil.
A privatização da CEDAE afeta toda a população, e não à toa, foi assinada num acordo entre os governos Temer (na figura de Henrique Meirelles) e Pezão como a porta dos ataques que pretendem votar na ALERJ.
Presidida pelo deputado Jorge Picciani, a ALERJ não é a casa do povo, mas sim a expressão de uma pequena minoria de ricos e poderosos, grandes bandidos que governam e saqueiam o estado, como é o caso do chefe da quadrilha, Sérgio Cabral e seu sucessor e atual governador Pezão.
A repressão não vai nos deter!
O governo teve que recorrer a uma brutal repressão para frear a forte resistência e enfrentamento que vinham protagonizando os cedaeanos. O Choque da PM-RJ agiu com truculência e violência. Encurralaram os manifestantes e disparavam tiros à queima roupa. Ocorreram várias agressões e vários ainda estão presos na delegacia.
É possível barrar a privatização!
Entretanto, é possível barrar essa privatização. O governo continua em crise. Pezão não tem nenhuma legitimidade para privatizar a CEDAE. Está denunciado como cúmplice de Cabral em diversas falcatruas, já teve sua chapa eleitoral cassada pelo TRE-RJ. O PSOL protocolou um pedido de impeachment. Mas, o determinante será a mobilização. Em primeiro lugar, temos que garantir a máxima unidade dos servidores estaduais, pois a privatização da CEDAE é o primeiro passo para a aplicação do pacote de maldades de Pezão.
Para manter a unidade, é necessário avaliarmos a atuação do movimento e das organizações políticas nesse processo. A direção do SINTSAMA (CTB/PCdoB) não construiu uma mobilização na categoria para barrar a votação da ALERJ. A tática foi confiar em Picciani ou que o governo não teria votos suficientes para ganhar essa votação. Um erro brutal, pois o sindicato já teria que ter mobilizado a categoria há semanas para parar o funcionamento das áreas centrais da cidade e construir pela base uma mobilização de massas. Também foi um tremendo erro que o MUSPE e o SEPE não tenham feito paralisação das categorias no dia de hoje. Na assembleia do sábado 18/2, os educadores do Combate e da CST propuseram parar 48h nos dias 20 e 21/2, alertando sobre possíveis manobras, pois não confiamos em governos, parlamento nem justiça. Infelizmente a maioria das correntes políticas que compõem a direção do SEPE se empenharam em derrotar esta proposta.
Entretanto alertamos que é urgente que o SEPE e demais categorias do Muspe saiam a lutar, mobilizando as bases das categorias.
Continuar a luta contra a privatização e o pacote de maldades de Pezão!
Embora o governo tenha ganhado esta votação, percebemos que existe uma grande indignação dos trabalhadores da CEDAE e disposição de luta para reverter o que foi votado. Entendemos que fortes mobilizações unificadas e a construção urgente de uma greve geral é capaz de reverter a privatização da CEDAE e evitar os próximos ataques que estão previstos: reforma da previdência, congelamento do plano de carreira e de salário.
Repudiamos a repressão montada pelo governo para tentar derrotar a luta em curso. A repressão não vai desanimar os trabalhadores
A CST e o Combate estaremos à disposição das ações que a base dos cedeanos decida. No entanto, acreditamos que é necessário fazer todos os esforços para parar os serviços, mostrando a importância dos trabalhadores da CEDAE para toda a população. É urgente que o SEPE e demais categorias do MUSPE mobilizem as bases e definam lutar com força para preparar uma greve geral.
A CEDAE é uma empresa superavitária que não tem nenhum motivo justo para ser privatizada. O emprego dos trabalhadores cedaeanos está ameaçado e a população sofrerá, como já sofre com a Light, com altas tarifas e péssimo serviço. É necessário reverter a votação da privatização e barrar o pacote. Fora Pezão/ Picciani, da quadrilha de Cabral!!