Ocupar as ruas contra a PEC 55 e a reforma da previdência!

O presente editorial foi fechado no dia 05/12 para a edição de dezembro do jornal Combate Socialista. Hoje, 09/12, cerca de 12 mil metalúrgicos do ABC ocuparam a Via Anchieta contra a reforma da previdência. Participaram trabalhadores da Ford, Mercedes, Toyota, Scania, Volks, dentre outras fábricas.

A iniciativa para o protesto veio da base operária. Segundo Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC: “os trabalhadores de diversas fábricas procuraram o sindicato para expressar sua indignação e chamaram para a luta contra a proposta de reforma“.

É preciso apostar na força da classe operária para enfrentar a agenda de ataques do governo Temer. É preciso ocupar as ruas como fizeram os Metalúrgicos do ABC!


 

Ocupar as ruas contra a PEC 55 e a reforma da previdência!

No dia 29/11, de acordo com a Polícia Legislativa do DF, 30 mil pessoas marcharam nas ruas de Brasília contra a PEC 55 e contra os ataques à educação. “Considerando o número expressivo de participantes, a marcha foi o maior ato na capital federal, em unidade entre trabalhadores e estudantes, desde a aprovação da Reforma da Previdência, em 2003”, é o que diz o Comando nacional de Greve do ANDES-SN. A manifestação foi brutalmente reprimida. A força da marcha foi uma demonstração da indignação generalizada que existe contra Michel Temer, o PMDB e seus aliados. Agora é o momento de preparar a continuidade da luta em meio à monumental crise política do governo Temer e do congresso. Precisamos unificar as lutas já que o governo Temer pretende avançar em sua agenda neoliberal.

 Barrar as contrarreformas neoliberais

Ao mesmo tempo em que o STF afastava Renan Calheiros da presidência do Senado, Michel Temer e Henrique Meireles apresentavam na noite da segunda-feira, 5/12, uma proposta de contrarreforma da previdência que prevê aumento da idade mínima para a aposentadoria em 65 anos para homens e mulheres da iniciativa privada e do serviço público, mais 25 anos de contribuição. Os servidores estaduais também devem entrar na proposta com aumento da contribuição igual aos federais, como parte do pacto feito entre Temer e os governadores para aplicar ajuste fiscal nos Estados. O ataque aos nossos direitos pode prever também o fim dos regimes especiais dos professores, que se aposentavam cinco anos antes. As pensões por morte podem ser diminuídas em 50% do valor original do salário do contribuinte, mais 10% por dependente.  Tudo feito por um presidente que se aposentou com 55 anos!

 Patrões e banqueiros pedem pressa; nossa resposta é urgente

O governo acelerou o anúncio da contrarreforma da previdência porque os indicadores econômicos seguem muito ruins e os escândalos de corrupção não param. Assim, Temer demonstra aos patrões do país, que apoiam seu governo corrupto, que pode ser confiável e que pode atacar nossos direitos para garantir que cerca de metade do orçamento do país, dos nossos impostos, seja confiscado a eles via dívida pública. Por isso falam de um suposto déficit que nem mesmo existe se as contas da previdência forem analisadas no contexto da Seguridade Social, onde ela está inserida constitucionalmente. Ou seja, mais do que nunca temos que lutar pela suspensão do pagamento da dívida aos banqueiros.

Os trabalhadores, a juventude e o povo devem fazer reuniões em cada local de trabalho, estudo e nos bairros, organizar protestos contra essa medida. A manifestação do dia 13/12, contra a PEC 55, convocada pelas frentes povo sem medo e brasil popular deve se transformar numa greve geral contra o ajuste e contra a reforma da previdência. Algo que até agora as direções da CUT, CTB, UNE e MST não fizeram. É preciso ocupar as ruas nesse dia e nos calendários estaduais como os do dia 12/12, realizando fortes passeatas, tarefa que está nas mãos dos comandos de greve estaduais e federais, nas ocupações estudantis.  Convocação que deve ser fortalecida pelo PSOL e seus parlamentares, o MTST e suas ocupações, a CSP-CONLUTAS e INTERSINDICAL e seus sindicatos, Esquerda da Une e ANEL, organizações políticas como o PCB, PSTU, MAIS, UP, NOS. Ajudar os trabalhadores e a juventude a tomar as ruas contra o governo de forma unificada é a tarefa da esquerda classista e dos movimentos sociais combativos.

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