Compromisso com a maioria
A campanha chegou na reta final. Jogaremos todo peso para que Marcelo Freixo e Luciana Boiteux sejam prefeitos. Porque nós sabemos a distância que nos separa de Crivella. Porque nós sabemos que o contexto político nacional tem sido de muitos ataques. Porque nós sabemos que o Rio de Janeiro pode ser uma trincheira de resistência e luta.
Para nós, a carta lançada nesta segunda, intitulada “Compromisso com o Rio”, é um erro.
Em primeiro lugar, achamos um equívoco lançar um documento dessa importância sem uma consulta prévia aos partidos e organizações que estão, desde o primeiro turno, comprometidos com a campanha de Freixo e Luciana.
Em segundo lugar, consideramos desnecessária e errada a sinalização à direita expressa pela carta. Ela não conquista a classe dominante para o nosso lado, fragiliza o caráter transformador do nosso projeto e ainda pode desmobilizar parte de nossa base social num momento decisivo da campanha. Precisamos de compromisso e responsabilidade. Mas o compromisso a ser feito com o Rio não é com os contratos, cujo prazo de vigência muitas vezes ultrapassa uma década, ou com o ajuste fiscal. Não é o compromisso com os empresários. É o compromisso e a responsabilidade com a maioria, com o povo pobre, com as favelas, com milhares de pessoas que vivem do seu próprio trabalho.
Vivemos um momento cuja a marca é a judicialização da política. Obviamente precisamos negar a troca de cargos. Mas é perigoso tecnicizar a política. O melhor governo precisa dos melhores técnicos, mas não é verdade que os melhores técnicos fazem o melhor governo. E sabemos que nenhum técnico é neutro. Os que possuem histórico na direita tucana ou pertencem ao mundo empresarial têm interesses de classe opostos aos nossos. Governar melhor ou pior depende das grandes escolhas políticas.
A conciliação de classe transformou esperança em decepção. Abriu as alas para que a velha direita voltasse ao poder, através de um impeachment reacionário, feito por esse congresso oligárquico. Entregou a bandeira da ética na política, que antes era marca do PT, nas mãos de juízes e promotores. Queremos aprender com o passado.
A campanha do PSOL no Rio de Janeiro levou milhares para as praças, para as ruas. Demonstrou enorme capacidade de mobilização popular. É nisso que devemos apostar para eleger Marcelo Freixo e Luciana Boiteux!
Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL
Liberdade Revolução Popular LRP/PSOL
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