Acuado pelo rechaço popular que desgasta o governo Dilma, o PT e ele próprio, Lula acaba de assumir como chefe da casa civil: na prática uma espécie de primeiro-ministro que irá governar no lugar da presidenta. Lula tenta fugir da investigação da Lava Jato, das delações de seus antigos aliados e busca se refugiar no odiento expediente do “foro privilegiado”. Uma manobra vergonhosa que deve ser repudiada.

Os trabalhadores e o povo brasileiro não podem confiar em nenhuma promessa e nem depositar nenhuma expectativa de possível “mudança de rumos”. Trata-se apenas de mais um discurso demagógico dos governistas para tentar enganar o povo. Já vimos esse discurso e essas promessas no segundo turno de 2014 e deu no que deu: um dos maiores estelionatos eleitorais da história! Lula negocia, por exemplo, o ingresso do banqueiro neoliberal Henrique Meireles no governo.

A crise terminal do PT coloca Dilma e Lula à beira do precipício. Dilma pode cair e por isso perde cada vez mais poderes, tornando-se uma figura decorativa. Lula não desfruta da solidariedade dos operários das fábricas do ABC e poderia ser preso. Desde junho de 2013 esse repúdio popular só cresce. Ironicamente uma frase de Lula de 1989, explica o que estamos assistindo agora: “ladrão rico, no Brasil, vira ministro”. Lula virou milionário nos últimos anos por meio de relações espúrias com empreiteiras, latifundiários, banqueiros e negocia com os caciques do PMDB a salvação do governo do PT. Governo que aplica um duro ajuste contra o povo brasileiro e está enlameado na corrupção. Fortalecer Lula, como tentam fazer intelectuais e setores da esquerda, é um erro brutal. Não há espaço para mudanças demagógicas na política econômica, nem margens para nenhuma “guinada à esquerda” sob a condução do atual governo. Uma mudança de verdade só seria colocada em prática por meio de um governo que estivesse disposto a suspender o pagamento da dívida interna e externa, e fizesse com que os ricos pagassem pela crise. Algo que nem passa pela cabeça de Lula, já que nos últimos 13 anos o PT sempre governou à serviço do sistema financeiro e dos milionários da nação. Apesar de eventuais discursos, o governo Dilma/Lula continuará aplicando duros ataques contra o povo.

Lula, Dilma e o PT não tem a mínima condição de seguir governando. Defendemos que os trabalhadores e jovens se organizem e lutem para derrotar esse governo nas ruas. É preciso ir para as ruas como em junho de 2013 para colocar todos eles para fora por nossas próprias forças, sem confiar no impeachment do congresso corrupto de Cunha e Renan, sem confiar no TSE, STF ou nas demais instituições, todas permeadas de negociatas políticas e parte desse sistema. Defendemos o Fora Dilma, Lula, Temer, Cunha, e Aécio! Fora Todos! Propomos investigar, punir e prender todos os corruptos do PT, PSDB e PMDB; além de estatizar, sob controle dos trabalhadores, todas as empresas envolvidas nos escândalos do Petrolão. Só com o povo na rua como em junho de 2013 conseguiremos punir todos os corruptos e corruptores, como também os responsáveis pelo trensalão e pelo roubo da merenda em São Paulo, acrescentando Pezão, Paes e todos os políticos corruptos pelo país.

Precisamos de unidade da esquerda, do PSOL, PSTU, PCB, PCR e dos movimentos combativos, CSP-CONLUTAS, INTERSINDICAL, Esquerda da UNE, ANEL, para construir uma saída para nosso país que possa garantir emprego, salário digno, tarifa zero e transporte, saúde, educação 100% públicas, gratuitas e de qualidade, habitação e terra para todos e todas. Precisamos de um governo da esquerda, dos trabalhadores e do povo, sem corruptos e empreiteiros.

16 de março 2016 | Secretariado da CST-PSOL