Dilma anuncia programa que corta dos trabalhadores para garantir o lucro dos patrões
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Nesta segunda-feira, dia 6 de julho, como parte do ajuste fiscal que aplica contra os trabalhadores, a presidente Dilma anunciou o Programa de Proteção ao Emprego com o argumento de que esta medida viria para proteger o emprego dos trabalhadores neste momento de crise pela qual passa o país.
Os patrões, para manter sua taxa de lucro, podem reduzir em até 30% o salário de seus funcionários, reduzindo também a jornada de trabalho. Destes 30% que serão descontados dos salários, 15% serão pagos pelo governo através dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
O programa de Dilma nada mais é do que descarregar a crise econômica nas costas da classe trabalhadora, reduzindo os salários para manter os altos lucros dos patrões. Nos últimos anos, programas do governo federal serviram para aumentar de forma absurda o lucro patronal. Somente com a redução do IPI, a indústria automobilística deixou de pagar R$16 bilhões em impostos, enquanto enviaram para suas matrizes uma quantia de R$51,2 bilhões.
Força Sindical, CUT e patronal em defesa do programa de Dilma
As centrais sindicais que tem defendido diversas medidas do ajuste fiscal contra os trabalhadores parabenizaram o governo pelo programa que diminui salários, dando a entender de que está é a única maneira de defender os empregos dos trabalhadores.
O primeiro secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, declarou: “o dia a dia dos sindicatos têm sido lutar para conseguir lay-off ou férias coletivas. (…) Então, esse programa vem em boa hora.” A CUT foi ainda mais longe. Na capa do Jornal Tribuna Metalúrgica, órgão de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, coloca estampado “Vitória dos Trabalhadores!”. Ontem em Brasília, o presidente do Sindicato, vinculado à CUT, declarou: “Lutamos pelo PPE com dedicação, suor e muito trabalho de convencimento.”.
Assim como as centrais sindicais, a patronal através da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) declarou apoio ao Programa. Seu presidente disse que o Programa “vai trazer segurança jurídica para as montadoras” e que “o programa é vantajoso para as empresas, os trabalhadores e o governo”.
Ao invés de defenderem a redução do absurdo lucro dos patrões, os dirigentes da CUT e da Força Sindical estão ao lado da Associação Patronal defendendo a redução dos salários operários e a manutenção da alta taxa de lucro do empresariado.
Essa aliança espúria da burocracia sindical com os patrões acaba de ser revelada também na operação Lava-Jato, onde o dono da empreiteira UTC revelou que sua empresa doava volumosas quantias de dinheiro para candidatos a deputado vinculados à CUT e a Força Sindical para que estes “evitassem” as greves nas obras de sua empresa! Um verdadeiro escândalo que mostra como os burocratas sindicais no Brasil estão estritamente vinculados aos interesses patronais.
Seguir o exemplo dos operários da Mercedes: rejeitar o PPE em cada assembleia
Na própria base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia 2 de julho, em votações realizadas em todos os turnos da Mercedes de São Bernardo, os operários disseram não por ampla maioria ao acordo negociado e defendido pelo sindicato e pela patronal. O acordo rejeitado pelos operários previa uma redução de 20% da jornada e 10% no salário dos trabalhadores.
Esse exemplo vindo do ABC paulista, coração da classe operária industrial brasileira, deve ser seguido. Desta região operária tem vindo importantes exemplos de luta como a vitoriosa greve dos operários da Volks no início deste ano que reverteu 800 demissões. Ou então, o aguerrido acampamento dos operários demitidos na Mercedes. As fortes paralisações nos dias 15 de abril e 29 de maio, dias nacionais de lutas que marcaram a situação nacional. É este avanço da luta dos operários do ABC, que já contagia outras regiões do Brasil, que a burocracia sindical, em acordo com os patrões e o governo do PT/PMDB, quer barrar com esse PPE. Não devemos aceitar pagar pela crise econômica criada pelos patrões, que agora querem baixar nossos salários junto com o governo petista e a burocracia sindical.
Programa para defender os empregos e salários
É preciso sim defender os empregos. Não podemos aceitar nenhuma demissão. As empresas que lucraram centenas de bilhões nos últimos anos agora querem descarregar a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Por isso defendemos:
– Nenhuma demissão!
– Redução da jornada de trabalho sem redução do salário!
– Reajuste salarial automático toda vez que a inflação chegar aos 3%!
– Que as empresas que demitem e/ou fecham e as empreiteiras que desviaram dinheiro publico para corrupção sejam expropriadas pelo governo e colocadas a funcionar sob controle dos trabalhadores!
– Que os patrões paguem pela crise capitalista!
– Construir uma greve geral para derrotar o ajuste fiscal de Dilma/Levy!