Mãos ao alto, 3,40 é um assalto! Tomar as ruas contra o aumento das passagens
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Às vésperas do final do ano, o prefeito Eduardo Paes (PMDB/PT) anunciou o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro de R$ 3,00 para R$ 3,40, que começa a valer já a partir do dia 3 de janeiro. Um reajuste absurdo de 13,3%, o maior aumento dos últimos anos. O próprio Tribunal de Contas do Municipio questionou os dois reajustes anteriores e sugere uma tarifa de R$ 2,50. Também vão aumentar as passagens dos ônibus e vans intermunicipais, trens e das barcas, anunciado pelo governador Pezão (PMDB). Mais uma vez, Paes e Pezão deixam claro que governam para os empresários dos transportes que financiam as suas campanhas e não para a população que sofre com os aumentos, com o transporte lotado, precário e de péssima qualidade. Para piorar os secundaristas veem cada dia mais restrições no seu passe-livre e a massa de universitários segue pagando inteira (pois o meio-passe para cotistas e universitários de baixa renda não resolve o problema geral). Enquanto isso, a política elitista das Olimpíadas, implementada pelo prefeito, governador e pela presidente Dilma, transforma nossa vida num inferno: remoções, aumento dos preços, congestionamentos gigantescos, intervenção militar nas favelas (até com o exército!), privatizações, etc.
Não é novidade que o aumento seja anunciado e ocorra no calor das festas de final de ano, no período em que os estudantes e parte dos trabalhadores estão de férias. Da mesma forma, Alckmin (PSDB) e Haddad (PT) anunciaram os aumentos em São Paulo e, em Belo Horizonte, o aumento ocorreu na última segunda-feira do ano, autorizado pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB). PT, PMDB, PSDB, PSB, estão todos unificados em garantir o lucro dos empresários e tentar dificultar mobilizações contra o aumento. A verdade é que todos eles morrem de medo que ocorram novos protestos como os das jornadas de junho de 2013, que derrubaram as tarifas no país inteiro e questionaram os governos, a falsa democracia e o regime.
O que estamos vendo não é só o aumento das tarifas de transportes, mas um tarifaço geral no país inteiro contra a população. Aumento da energia elétrica e da gasolina, que foram reajustadas pela presidente Dilma (PT/PMDB) logo após as eleições. Junto com o aumento dos juros, destinando assim mais dinheiro pros banqueiros. Essa é a política nacional implementada pelo governo Dilma de ajuste fiscal, aplicada através dos aumentos das tarifas, dos cortes de orçamento que podem chegar a 100 bilhões de reais em 2015, da retirada dos direitos dos trabalhadores como o governo federal anunciou nessa semana (restrição do seguro-desemprego, do abono salarial, pensão por morte, etc). Ou seja, os trabalhadores rodoviários, ferroviários e metroviários e das barcas serão ainda mais massacrados nos próximos meses. Enquanto isso os benefícios para os empresários do transporte são mantidos, a exemplo da redução de IPVA e ISS para os empresários de ônibus.
Na campanha eleitoral do PSOL, dizíamos que só a luta muda a vida, por isso é fundamental nos organizarmos contra o aumento das passagens aqui no Rio de Janeiro. Um primeiro ato já aconteceu no dia 22 de dezembro, essa semana rolou ato em BH e estão marcados protestos em São Paulo . Assim como em junho de 2013, só será possível barrar os aumentos se colocarmos nossa indignação nas ruas. Por outro lado, é importante a unificação com os trabalhadores em luta ou em campanha salarial (repetindo as greves como a dos garis ou a dos rodoviários do mês de maio) e com o povo ampliando as rebeliões nas favelas.
Apoiamos todas as iniciativas contra o aumento da passagem e contra os políticos representantes da máfia dos transportes, como a reunião convocada pelo MPL-Rj no dia 5 de janeiro. Também apoiamos a iniciativa do vereador do Psol, Paulo Pinheiro, que se pronunciou contra o aumento e pela instalação da CPI dos Ônibus na Câmara. É muito importante a rearticulação unitária do Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem, que se reuniu no IFCS durante as jornadas de junho/julho e perdurou até o fim daquele ano. Um espaço unificado da juventude indignada, dos trabalhadores, setores populares, coletivos estudantis, organizações partidárias de esquerda, onde se debatia e se deliberava, democraticamente, as pautas e as passeatas daquele momento histórico. Somente com a luta unificada e com a massificação do movimento, poderemos lutar por uma saída estratégica para resolver o problema do transporte em nossa cidade: acabar com a lógica privada que vigora no setor, anulando todas as privatizações que foram feitas e que só beneficiam os esquemas corruptos da CCR, SuperVia, MetroRio, FETRANSPOR. Lutamos pela estatização dos transportes, para que sejam administrados pelos trabalhadores e os usuários, com tarifa zero pra toda a população.
– Se a tarifa aumentar, o Rio vai parar! Congelamento das passagens!
– Auditoria popular nas contas das empresas de transporte! Enquanto durar a auditoria redução para R$ 2,50! Suspender as isenções fiscais para a máfia do transporte!
– Fim das restrições ao passe-livre secunda! Pelo direito ao passe-livre universitário! Chega de sufoco para os passageiros! Por qualidade no serviço prestado!
– Fim da dupla-função nos ônibus! Todo apoio aos trabalhadores do transportes e suas reivindicações!
– Para derrotar de vez a máfia do transporte e seus representantes, defendemos um sistema 100% público e estatal, sob controle dos trabalhadores e usuários, com tarifa-zero pra toda população!
31/12/2014
Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL
UNIDOS PRA LUTAR
Vamos à Luta